SOMOS TODOS IGUAIS ESTA NOITE

(Novela em cinco capítulos)

Capítulo II

O desencontro marcado

Somos todos iguais esta noite II: Sergio AgraO gari acomoda a vassoura no carrinho, fita o céu marchetado de estrelas e filosofa, De algum modo, compagna, a razão de nos encontrar em Roma é a mesma: fazer com que nossas verdadeiras histórias sejam, enfim, conhecidas por todos. Empurra o carrinho e faz o convite a Morena para cearem no Mãe Menininha.

O homem esclarece,Não fica muito longe daqui. E complementa a informação, Nino Battisti, o dono do Mãe Menininha, mantém um reservado nos fundos do restaurante apenas para os mais “chegados”. Morena mantém-se em estado de alerta, Quem é esse tal de Nino?

O varredor tranquiliza a desconfiada viajante, É irmão do Cesare Battisti, um gringo a quem muito ajudei no Brasil.

No Mãe Menininha escuta-se o tanger do solitário berimbau e o frigir do azeite de dendê no refratário. Pendurada numa das paredes, vê-se uma moldura com um dístico em português onde se lê: “O cabaré é o lar dos boêmios”. Uma cabocla, como se saída das telas de Di Cavalcanti, traz os cálices e o vinho: Châteauneufdu Pape, de nobre safra. O varredor então encomenda Lagostas a la Tour Eiffel.

Morena não esconde a estupefação, Lagostas?

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