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Sucessor do Pré-Sal no RS? A conexão com descobertas Africanas

Descobertas recentes na Namíbia, que revelaram mais de 10 bilhões de barris de petróleo, reacenderam o interesse pela Bacia de Pelotas, no Rio Grande do Sul.

Especialistas acreditam que a região pode se tornar o próximo grande polo de produção petrolífera no Brasil, especialmente após a queda de produtividade nos campos do pré-sal, prevista para 2030.

A semelhança geológica entre a costa da Namíbia e a Bacia de Pelotas remonta à formação do supercontinente Gondwana, quando América do Sul e África ainda estavam conectadas.

“Os continentes se separaram há cerca de 120 milhões de anos, mas as camadas sedimentares de ambas as regiões são muito similares, com ótimos reservatórios”, explica Juliano Kuchle, professor da UFRGS.

Na Bacia de Pelotas, que se estende do extremo sul do RS até o litoral catarinense, grandes players como Petrobras, Shell e Chevron já iniciaram estudos exploratórios.

Até o momento, 44 blocos estão em fase de análise, mas ainda não há confirmação da existência de petróleo.

Por Que a Bacia de Pelotas Ganha Relevância?

Segundo Rodolfo Saboia, diretor da ANP, o Brasil precisa explorar novas fronteiras para garantir sua segurança energética no futuro.

“Sem exploração em novas áreas, corremos o risco de nos tornarmos importadores de petróleo novamente”, afirma. Nesse cenário, a Bacia de Pelotas aparece como uma das duas maiores apostas, ao lado da Margem Equatorial.

Processo Exploratório e Desafios Ambientais

A exploração na Bacia de Pelotas envolve estudos sísmicos, onde ondas sonoras criam imagens detalhadas das camadas de rocha no subsolo oceânico.

“A confirmação só virá com perfurações, previstas para começar entre 2026 e 2028, se todas as licenças forem obtidas”, comenta Kuchle.

O processo enfrenta desafios ambientais significativos. A análise de impacto ecológico será crucial para determinar se os projetos poderão avançar sem danos irreparáveis ao ecossistema marinho.

Projeções Futuras e Reflexos Econômicos

Caso as perfurações confirmem a existência de petróleo, a produção poderia começar até 2030, trazendo benefícios econômicos significativos para o RS.

Além de gerar empregos e royalties, a exploração consolidaria o estado como um dos protagonistas na matriz energética brasileira.

Com potencial para rivalizar com a produção da Namíbia, a Bacia de Pelotas representa uma oportunidade estratégica para o Brasil, ao mesmo tempo que levanta questões sobre sustentabilidade e planejamento a longo prazo. Enquanto isso, o mundo aguarda, com expectativa, os próximos passos dessa nova fronteira energética.

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