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Técnica permite a cientistas saber como o cérebro vê o futuro

Com o ano começando, a revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas) escolheu um tema que vem a calhar: prever o futuro.

Mas o trabalho do grupo liderado por Karl Szpunar na Universidade Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, não tem a ver com quiromancia ou outras atividades supostamente divinatórias. O objetivo específico é examinar a capacidade de uma pessoa imaginar a si mesma em situações e momentos que ainda não ocorreram, como uma importante reunião ou uma viagem planejada há tempos.

“Muito do nosso pensamento todos os dias depende da capacidade de nos colocarmos em eventos futuros, conhecida como ‘pensamento episódico futuro’”, escreveram os autores no artigo que será publicado esta semana no site e posteriormente na versão impressa da Pnas.

Os autores do estudo empregaram técnicas de imagem para identificar regiões no cérebro envolvidas com a capacidade de planejar eventos futuros. Segundo eles, diversas pesquisas foram feitas a respeito dessa atividade, mas poucos dados existem a respeito das áreas cerebrais ligadas ao processo.

Os pesquisadores mediram as atividades cerebrais de voluntários enquanto realizavam vários tipos de exercícios mentais, como lembrar episódios passados ou imaginar acontecimentos futuros envolvendo o próprio participante ou algum familiar (por exemplo, o que poderá ocorrer no próximo aniversário).

Por meio de técnicas de ressonância magnética funcional, os cientistas identificaram um conjunto de regiões cerebrais que se mostrou mais ativo nos exercícios ligados ao futuro. Outro conjunto de áreas mostrou atividades semelhantes em relação ao passado e ao futuro.

Os dois conjuntos de regiões apresentaram maior atividade em relação a eventos pessoais do que em relação a familiares. “Diferenças entre ações ligadas ao passado e ao futuro podem ser atribuídas a diferenças nas demandas localizadas em regiões que dão suporte a imagens de movimentos corporais. Atividades semelhantes estariam relacionadas à reativação de contextos visuais e espaciais experimentados anteriormente. Ou seja, os indivíduos posicionaram cenários futuros em contextos visuais e espaciais bem conhecidos”, escreveram no artigo.

De acordo com os pesquisadores, mais estudos são necessários para entender melhor os processos analisados, mas os resultados oferecem um ponto de partida para “a capacidade fundamental e pouco estudada da projeção mental vívida do indivíduo no futuro”.

O artigo Neural substrates of envisioning the future, de Karl Szpunar, Jason Watson e Kathleen McDermott, pode ser lido por assinantes no site da Pnas.

Site – http://www.pnas.org/

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