Tecnologia da guerra na Ucrânia chega ao RS, iniciando uma nova era na segurança pública do Rio Grande do Sul.
A Polícia Penal gaúcha inova e passou a contar, a partir desta sexta-feira (23), com suas primeiras unidades de arma antidrone com tecnologia militar, uma medida estratégica para neutralizar a entrada de celulares, armas, drogas e outros materiais ilícitos em presídios.
A apresentação dos equipamentos ocorreu em grande estilo, acompanhada da exibição de mais de 250 veículos e uma aeronave recém-adquiridos pelo governo do Estado, reforçando o compromisso com a modernização e o combate à criminalidade.
O fim da “entrega aérea”: tecnologia de ponta contra o crime
A aquisição dessas três potentes armas antidrone representa um salto qualitativo na estratégia de segurança prisional.
Os equipamentos serão empregados de forma prioritária nas cadeias gaúchas que registram maior incidência de aproximação de drones, um método cada vez mais sofisticado utilizado por criminosos para abastecer o interior das unidades prisionais.
Segundo dados de dezembro de 2024, o Rio Grande do Sul possui 84 presídios e penitenciárias de regime fechado, além de outras 17 de regime semiaberto, um complexo sistema que demanda soluções eficazes e tecnológicas.
A utilização da arma antidrone com tecnologia militar visa selar de vez essa brecha na segurança.
Gustavo Stupp, chefe da Seção de Material Bélico da Polícia Penal gaúcha, detalhou a capacidade da nova ferramenta:
“O kit antidrone possui tecnologia militar que neutraliza essas ações criminosas. Possui todos os níveis de contramedida. É um equipamento utilizado inclusive pela OTAN na Guerra da Ucrânia”. A menção ao uso por forças militares de elite, como a OTAN, sublinha a robustez e a eficácia do sistema.
Entenda o funcionamento da tecnologia de neutralização de drones
A operação da arma antidrone com tecnologia militar é surpreendentemente eficaz. Conforme explicado por Stupp, o equipamento atua emitindo frequências específicas que interferem diretamente na comunicação entre o operador do drone e o dispositivo voador.
Essa interferência crucial permite que os policiais penais assumam o controle da situação, oferecendo duas opções estratégicas: fazer o drone pousar imediatamente no local desejado, ou, em uma manobra ainda mais astuta, forçar o retorno do drone ao seu ponto de decolagem original.
“O kit antidrone tem a capacidade de neutralizar o drone, e o operador [da arma antidrone] pode fazer o drone retornar a sua origem para que a gente possa localizar tanto o material ilícito quanto o piloto do drone”, complementou Stupp. Essa funcionalidade não apenas impede a entrega dos ilícitos, mas também cria uma oportunidade única para identificar e capturar os responsáveis pelas operações criminosas.
Tecnologia da guerra na Ucrânia chega ao RS
Cada um dos kits antidrone adquirido pelo governo do Rio Grande do Sul teve um custo de R$ 1,4 milhão, um investimento que reflete a seriedade e a prioridade dadas à segurança prisional.
A escolha desses equipamentos não é aleatória; trata-se do modelo DroneGun Tactical, da renomada empresa Droneshield, um dispositivo já em uso por importantes órgãos de segurança no Brasil, como o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), e por forças de segurança em São Paulo e Minas Gerais.
A Droneshield, em seu site, garante que o DroneGun Tactical “oferece uma contramedida segura contra uma ampla gama de ameaças de sistemas aéreos não tripulados (por exemplo, drones), sem causar danos (…) ao ambiente circundante”.
Essa promessa de eficácia sem danos colaterais é fundamental para a operação em ambientes complexos como os presídios. Além disso, o kit inclui um bloqueador de sinal portátil, capaz de neutralizar aeronaves em ambientes críticos, oferecendo uma camada extra de segurança e versatilidade tática para as forças policiais.
A chegada da arma antidrone com tecnologia militar representa um marco na luta contra o crime organizado no Rio Grande do Sul, demonstrando a capacidade do Estado em adotar soluções de ponta para proteger a sociedade.