Tempestade tropical se forma na costa Sul do Brasil: a Leste do Litoral do RS
Uma tempestade tropical denominada Akará se formou na costa Sul do Brasil entre o final do domingo e as primeiras horas desta segunda-feira, resultante do aprofundamento de um centro de baixa pressão que anteriormente passou pelos estágios de depressão subtropical e depressão tropical.
Esse fenômeno é um dos episódios muito raros de tempestades tropicais, o estágio anterior ao de um furacão em ciclones tropicais, registrados até hoje na costa brasileira.
Ao ser designado como uma tempestade, o sistema passa a ser nomeado de acordo com a lista oficial de ciclones anômalos (subtropicais ou tropicais) prevista pela Marinha para a costa do Brasil.
A tempestade tropical Akará recebe o primeiro nome da nova lista de ciclones e é assim denominada por ser uma espécie de peixe na língua Tupi.
Episódios de tempestades tropicais na costa do Brasil são raros neste século, com apenas quatro eventos registrados.
Em 2004, antes de se tornar um furacão, Catarina passou pelo estágio de tempestade tropical.
Em 2010, apesar de alguns trabalhos acadêmicos classificarem como tempestade subtropical, a MetSul e parte da comunidade especializada em ciclones dos Estados Unidos entendem que Anita foi uma tempestade tropical.
Mais recentemente, houve outras duas tempestades tropicais no litoral do Brasil, Iba e outra sem nome.
A tempestade tropical Iba, em março de 2021, se formou a partir de um sistema de baixa pressão que se aprofundou após a passagem de uma frente fria na costa da Bahia, mas não causou estragos.
Em fevereiro de 2021, a tempestade tropical 01Q, um sistema que não foi nomeado pela Marinha do Brasil e que foi classificado como tempestade tropical pela NOAA, atuou sem causar danos a uma grande distância da costa, na altura dos litorais gaúcho e do Uruguai.
A última vez que um ciclone anômalo foi nomeado na costa brasileira foi há dois anos com Yakecan. Diferentemente de Akará, que é tropical, Yakecan foi uma tempestade de natureza subtropical.
A tempestade Yakecan avançou a partir do Sul para a costa gaúcha e passou rente ao litoral, provocando estragos.
Uma pessoa morreu no Uruguai e outra em Porto Alegre.
Cerca de um milhão de pessoas ficaram sem energia no Rio Grande do Sul.
Condição atual da tempestade tropical Akará
Akará era uma tempestade tropical em intensificação na madrugada desta segunda-feira na costa do Sul do Brasil.
De acordo com o best track da NOAA, a agência de tempo e clima dos Estados Unidos, Akará às 3h desta segunda tinha estava nas coordenadas -29ºS e 42,3ºW com pressão mínima central de 997 hPa, portanto em alto-mar, a Leste do Litoral Norte do Rio Grande do Sul e do Litoral Sul de Santa Catarina.
De acordo com a análise da NOAA por satélites, a tempestade se intensificou de 2.0 para 2.5 na técnica de Dvorak de ciclones tropicais, o que fez com que o sistema fosse elevado de depressão subtropical para tempestade tropical.
Um número 2.5 corresponde a ventos sustentados de 35 nós ou 65 km/h.
Um ciclone tropical com ventos sustentados entre 63 km/h e 119 km/h é classificado como uma tempestade tropical.
Se os ventos forem acima de 119 km/h, o sistema passa a ser designado como um furacão.
Trajetória de Akará
Todos os modelos globais de previsão do tempo analisados pela MetSul Meteorologia indicam que a tempestade Akará seguirá avançando no sentido Sul, a Leste do Sul do Brasil, nesta primeira metade da semana. De acordo com as projeções computadorizadas, a tempestade atípica permaneceria todo o tempo em mar aberto e sem tocar terra.
Não apenas isso, os dados das simulações computadorizadas apontam que o ciclone deve se deslocar a uma maior distância da costa.
O sistema reduziria a velocidade do seu deslocamento em mar aberto ao alcançar latitudes do Rio Grande do Sul entre amanhã e quarta, antes de enfraquecer ao se deslocar por águas mais frias e encontrar vento mais divergente.
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