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Tensão marca os 25 anos da Guerra das Malvinas

A Argentina lembrará amanhã os 25 anos da Guerra das Malvinas com atos em todo o país que renovarão as reivindicações de soberania sobre as ilhas. Os protestos ocorrem em meio a questionamentos do governo argentino em relação ao Reino Unido, que nega-se a dialogar sobre o tema.

As Malvinas, ou Ilhas Falkland para os britânicos, foi disputada entre os países em 1982 e uma guerra que durou 74 dias e terminou com a rendição argentina.

Em declarações publicadas hoje, o ministro de Relações Exteriores da Argentina, Jorge Taiana, disse que o governo britânico “nega-se reiteradamente” a dialogar sobre a soberania das ilhas.

O país europeu “tenta mostrar que está tudo bem” se a Argentina “não mencionar a reivindicação de soberania”, disse Taiana. Além disso, negou que o governo britânico tenha oferecido realizar um ato conjunto pelo aniversário da guerra.

– O que (os britânicos) querem fazer não é uma comemoração, mas um desfile militarista da vitória, um típico gesto de soberba. E nós não vamos nos vangloriar da guerra. Isso é o que quer fazer (o primeiro-ministro do Reino Unido) Tony Blair, que acaba de dizer que teria feito o mesmo que Margaret Thatcher – disse Taiana em entrevista publicada hoje pelo jornal Página/12.

Blair diz que apoiaria a guerra

Tony Blair admitiu, dias atrás, que enviaria uma força militar para recuperar as Malvinas caso fosse chefe de governo quando as tropas da Argentina desembarcaram nas ilhas, em 2 de abril de 1982.

Fontes diplomáticas informaram que o governo argentino aposta em “maior firmeza em sua colocação sobre a soberania”, que buscará discutir “em um marco pacífico e nos âmbitos correspondentes”.

– O Reino Unido acredita que a Argentina vai se cansar, mas isso não é verdade. Vamos insistir -, disse um diplomata não identificado.

Operação petrolíferas em debate

As posições divergentes voltaram a aparecer depois que a Argentina anunciou, na quinta-feira, que não permitirá a operação das petrolíferas que tenham licença concedida unilateralmente pelo Reino Unido para exportar ou explorar hidrocarbonetos nas Malvinas.

O anúncio foi feito depois da decisão adotada na terça-feira pela Argentina de dar por encerrada uma declaração conjunta com o Reino Unido de 1995 sobre cooperação em atividades de prospecção e exploração de hidrocarbonetos na área das ilhas.

Como conseqüência, o governo britânico lamentou a decisão argentina em comunicado, e considerou que “é um retrocesso” que “não ajudará de nenhuma forma a Argentina em sua reivindicação pela soberania das ilhas”.

Embora a Argentina afirme que a reivindicação é feita de forma pacífica e democrática, o comandante das forças britânicas no Atlântico Sul, brigadeiro Nick Davies, disse que tem “reforços suficientes” nas ilhas para evitar que sejam perdidas e depois tenham que ser recuperadas.

Homenagens

Os 25 anos da guerra foram amplamente lembrados na Argentina, a ponto de o Banco Central do país lançar uma edição limitada de moedas para homenagear os mortos na disputa.

Além disso, os correios da Argentina apresentarão na próxima semana uma série de selos alusivos à data. O ato central sobre a guerra ocorrerá na segunda-feira, na cidade de Ushuaia, nos extremo sul argentino, com a participação de veteranos de guerra e autoridades nacionais.

O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, não confirmou oficialmente a presença, mas as últimas informações indicam que ele deve liderar o ato.

As homenagens, que também acontecerão em diferentes pontos do país, começarão hoje com uma vigília na cidade de Río Grande, também no extremo sul argentino, com a participação de mais de 400 pessoas, incluindo mais de cem ex-combatentes.

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