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Todos os homens do presidente

Está sendo divulgada pela Internet matéria sobre Ann Dunham, americana, nascida no Estado de Kansas e criada no Estado de Hawaii, onde fez seus estudos até graduar-se em Antropologia. Foi, durante sua vida e em todos os diferentes países em que residiu ferrenha defensora dos emergentes movimentos dos direitos civis.

Casou-se duas vezes e, em ambos matrimônios, viu-se, com os dois filhos, abandonada pelos respectivos e irresponsáveis maridos. No entanto, Ann Dunham tinha, como suporte inalienável, o amor incondicional e o extremado afeto nas figuras de seus pais, que a ajudaram, com iguais sentimentos, na formação dos filhos de seus casamentos fracassados. O casal Dunham fora referência fundamental nas personalidades de seus netos.

Esta história passaria desapercebida não fosse o casal Dunham e Ann, respectivamente, avós e mãe do presidente eleito Barak Obama. Poderíamos, pelos valores cultuados em família pelo menino Barak, vaticinar para a mais poderosa Nação do planeta um encaminhamento para dias menos turbulentos na sua política econômico-financeira e nas relações internacionais.

O noticiário internacional explodiu, no entanto, com a bomba detonada pelo escândalo de corrupção envolvendo o Governador do Estado de Illinois, Rod Blagojevich e a “venda” da cadeira no Senado pertencente ao presidente eleito. A imprensa americana descobriu que Rahm Emanuel, nomeado chefe de Gabinete de Obama, o equivalente a Chefe da Casa Civil (lá, também, o inimigo na trincheira é o maldito chefe de Gabinete!) do novo governo, aparece em conversas gravadas com o governador discutindo a promoção de um “leilão informal” para a vaga de Obama no Senado.
Vem-me à memória o filme Todos os homens do presidente (1976).

Nele é abordado o escândalo de Watergate, ocorrido em Washington, em 1972. Tudo, porém, começou em um patamar muito pequeno na esfera política americana: uma invasão do edifício Watergate por cinco aparentes ladrões. Isto não mereceria mais do que páginas policiais, mas ganhou, com o tempo, uma proporção não imaginada. O que ocorreu de fato foi um caso amplo de espionagem política que levou o presidente republicano Richard Nixon, eleito em novembro de 1972 para seu segundo mandato, a ser forçado a sair do cargo. O filme mostra cenas históricas reforçando sua intenção de bem reproduzir o que foi o caso Watergate.

Alguns meses antes da reeleição de Nixon, ocorreu a detenção dos cinco invasores ao quartel-general eleitoral do Partido Democrata, no edifício Watergate. Eles eram ligados ao FBI e à CIA, e foram apreendidos usando câmeras e microfones. Nada disso, em princípio, interferiu na reeleição de Nixon, porém, as suspeitas de que o próprio presidente estivesse envolvido no caso aumentaram.

É neste momento que vão surgir no cenário jornalístico os repórteres investigativos Robert Woodward e Carl Bernstein, do jornal The Washington Post. A partir daí, todo o filme mostrará o esforço e os méritos de dois profissionais em busca da “verdade”' na solução de um caso extremamente obscuro.

Inicialmente, as informações para a trama surgiram graças a um antigo assessor e braço de ferro de Nixon, G. Gordon Liddy, advogado pertencente à comissão para a reeleição, e James McCord Jr.

Ambos tinham planejado a operação de espionagem contra os democratas em 1972. Porém, é impressionante, durante todo o caso, a busca dos jornalistas Bob e Carl pelas fontes, os quais investigaram incessantemente, de maneira obsessiva, todos os prováveis suspeitos de estarem ligados ao caso Watergate. O filme demonstrou que a relação de fontes era realmente enorme.

Depreende-se, deste ensinamento, que prefeitos, governadores ou presidentes, aliada à competência e capacidade, há de ter a certeza inquestionável dos verdadeiros propósitos de cada membro de seu staf, sob pena de reviver o pesadelo de um malfadado “Mensalão” que se abateu sobre Lula ou, até mesmo, um Watergate tupiniquim.

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