Torres está na Rota Internacional das Baleias Francas: será um Observatório
O show das baleias Francas no mar de Torres ficará ainda melhor. É que o município foi escolhido pelo Instituto Oceano Vivo em parceria com o Instituto Augusto Carneiro a participar de um grande projeto que será realizado com o patrocínio da Fundação Grupo Boticário no valor de R$ 375 mil.
A iniciativa foi comunicada oficialmente pela direção da Ong no fim da tarde da quinta-feira (16), e recebeu a garantia de apoio da prefeita Nílvia Pìnto Pereira e do secretário municipal do Meio Ambiente e Urbanismo, biólogo Roger Maciel.
A ação será um marco para a cidade que se transformará numa referência internacional turística e ambiental. A iniciativa vai atrair estudiosos e turistas para Torres, principalmente na baixa temporada Com o monitoramento, o projeto disponibilizará informações aos responsáveis pelas macro políticas de conservação e proteção à espécie-alvo.
“Este projeto tem tudo a ver com Torres”, disse a prefeita, lembrando que a cidade é uma das dez falésias mais bonitas do mundo. Explicou que tudo começou quando em agosto de 2014, o secretário Roger, representando a Prefeitura, participou em Punta del Este do “Rota Internacional das Baleias Francas”, evidenciando a intenção do município em constar desta iniciativa. O patrocínio da Fundação Boticário, que mantém ações de preservação da natureza no país, vai funcionar como uma semente. Outros parceiros serão buscados, pois consta no programa muitas atividades. A prefeita mostrou-se bastante entusiasmada. Para melhor execução do projeto, a Ong Oceano Vivo deve transferir sua sede, que hoje fica em Imbé, para Torres num espaço junto ao Parque da Guarita. O Instituto é uma Organização Não-Governamental que atua desde 2012.
Da Oceano Vivo estava o presidente Thiago Nobrega, o vice-presidente José Truda Palazzo Jr, o diretor-executivo Brunno Torres e a tesoureira Greta Gastaldo de Castilhos. Thiago comentou que antes se acreditava que a costa gaúcha era apenas um local de migração das baleias Franca (Eubalaena Australis), dada como extinta em águas brasileiras a partir de 1973. Hoje existem uma média de seis mil em todo o planeta, cerca de 550 delas frequentadora da costa brasileira. Com o aumento da população foi observado que temos um berçário natural e zona de reprodução,disse. Os mamíferos podem ser vistos entre os meses de julho e novembro, quando saem das águas frias do Atlântico sul em busca de locais mais quentes para se reproduzirem.
Na oportunidade, o projeto foi detalhadamente apresentado com iniciativas para o inverno e verão, que vão desde oficinas para estudantes, visitas guiadas até a realização do I Simpósio Internacional de Turismo e Conservação de Baleias Francas que deve acontecer em setembro de 2016. Constam muitas iniciativas como cursos, palestras sobre o tema que devem promover maior conhecimento sobre as baleias francas para pesquisadores, estudantes, turistas, gestores públicos ou qualquer outro interessado. Quando o programa for executado, serão criados observatórios de baleias junto aos morros, no Morro do Farol ou das Furnas.
Com o projeto, o grande propósito é o de transformar Torres num patrimônio turístico e ambiental. A Prefeitura e a Ong vão buscar legitimar junto aos órgãos competentes, títulos como “Baleia Franca- Patrimônio Natural do município de Torres”. O presidente Thiago ressaltou que a cidade foi escolhida pelo cenário favorável à visualização deste mamífero e principalmente pelo interesse manifestado pela prefeita e secretário do Meio Ambiente e Urbanismo. Diante da necessidade de uma articulação e mobilização para a garantia do sucesso do projeto, foram convidados para a cerimônia, toda a equipe da Secretaria Municipal de Planejamento e Participação Cidadã, como o secretário Ricardo Pereira, e vereadores como Davino Lopes e Jeferson de Jesus Santos. O secretário do Meio Ambiente destaca que a ação tem tudo para dar certo, principalmente porque a espécie Franca é a que nada mais junto à costa.