Torres: falta de condições de trabalho e de segurança ameaçam trabalhos do Pronto Atendimento
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) esteve em Torres na quarta-feira (31/01), para mais uma etapa da Operação de Olho na Saúde no Verão 2017. Durante a ação, que foi coordenada pelo diretor da entidade, André Gonzales, ficaram constatados problemas já apontados pelo SIMERS como falta de segurança no Pronto Atendimento (PA) e ausência de padronização de atendimento a pacientes da cidade e dos arredores. A criação de uma forma de gratificação da atividade médica é outra questão que compromete a qualidade dos serviços prestados na unidade.
De acordo com o diretor do SIMERS, a ausência de protocolo para o atendimento das pessoas provenientes de outras localidades é um ponto que preocupa. “ É preciso definir como é feita a remoção dos pacientes. As condições de trabalho dos médicos e a qualidade dos serviços prestados à comunidade dependem disso”, destaca Gonzales.
A existência de somente um vigia denuncia o problema de segurança existente. Seguidamente ocorrem casos de intimidação e perseguição dos médicos e agressão entre pacientes, com necessária intervenção dos profissionais que trabalham no local.
Segundo o diretor, houve avanços desde as últimas reivindicações feitas pelo Sindicato Médico, em outubro do ano passado. Na ocasião, havia somente médico atendendo no local. Atualmente, o PA disponibiliza entre dois e três profissionais em cada turno. “ Ainda existem médicos insuficientes em diversos horários no PA, por conta de dificuldades de contratação. Uma dessas barreiras ocorre porque municípios do entorno utilizam a estrutura, se comprometem em colocar verba e não honram o compromisso”, explica o diretor, complementando que o problema pode fazer com que a cidade perca profissionais “O município tem que melhorar o seu atendimento e, inclusive, fazer melhores contratos com os municípios vizinhos. Isso é viável e deve ser definido”.
Balanço:
Nas demais vistorias feitas pelo SIMERS no litoral em janeiro, a precária situação nas unidades de saúde foi uma constante. Na semana passada, a entidade esteve em Palmares do Sul, Balneário Pinhal e Cidreira. No Balneário Santa Rita (praia de Palmares do Sul), a Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr. Giovani Batista, prédio novo que custou mais de R$ 220 mil e tinha previsão de entrega para julho de 2013, segue com as portas fechadas. Em Balneário Pinhal, uma unidade de saúde, que teve a obra iniciada em 2011, nunca chegou a ser concluída ou prestar qualquer serviço à população.
Outro problema detectado foi a violência existente em Quintão. No Pronto Atendimento de Saúde (Pasq), são recorrentes as agressões aos profissionais que trabalham na unidade, como a ocorrida no início do mês, quando um paciente invadiu o consultório e empurrou um dos médicos. Ele precisou ser contido por funcionários, já que não existe a presença de um vigilante no local. A unidade também tem carência de ambulâncias.
No Pronto Atendimento 24 horas de Cidreira, as dificuldades resultam do número insuficiente de médicos, que variam entre dois ou três para atender cerca de 200 pacientes por dia. Em Tramandaí, a Unidade de Pronto Atendimento 24 horas (UPA), que atende 340 pacientes por dia, estava sem medicamentos básicos, equipamentos não estavam funcionando, o número de médicos plantonistas era insuficiente, assim como o pagamento dos médicos terceirizado estava atrasado.
Com o levantamento feito pela Operação de Olho na Saúde no Verão 2017, o SIMERS vai cobrar a resolução das irregularidades dos órgãos competentes.