Tratamento para reuso da água pode ser obrigatório nos novos imóveis do RS
A preocupação do parlamentar com o tratamento da água encontra base em pesquisas como a da revista americana “Water Enviromental & Technology”, que publicou um artigo dizendo que drogas utilizadas para o tratamento de câncer, hormônios (como a testosterona) e a aspirina, foram encontrados na água de abastecimento em cidades americanas e européias. “Provavelmente estas drogas provêm de laboratórios farmacêuticos, hospitais e mesmo do uso doméstico que despejamos nos esgotos. Muitas vezes estes esgotos não são tratados e, mesmo quando tratados, não há a completa remoção das substâncias citadas”, destaca, lembrando que “trata-se de fato grave, pois são desconhecidos os potenciais riscos destas substâncias no organismo humano”, argumenta Sparta.
Outro exemplo mais próximo apresentado pelo deputado, diz respeito à contaminação verificada em recentes pesquisas realizadas em poços artesianos paranaenses e de outras cidades do Brasil. Os resultados apontam a presença de resíduos tóxicos – dois pesticidas com uso proibido em todo território nacional há mais de 30 anos. Encontraram também os mesmos resíduos nas verduras e hortaliças comercializadas em várias cidades do Paraná.
Para entender o projeto
Pelo projeto, as novas construções -após a sanção da lei, deverão ser dotadas de miniestação de tratamento, composta por caixa de gordura, caixas de inspeção, fossa séptica e filtro biológico. Também deverão ser dotadas de cisterna para captação de água da chuva, com filtro, sistema hidráulico independente para a condução da água fornecida pela companhia de abastecimento, e para a condução de água fornecida pelos equipamentos de reuso da água captada pela chuva.
As miniestações previstas no projeto se destinam a coletar a água potável utilizada nas operações domésticas e, pelo tratamento, permitir o reuso da mesma em atividades que não exijam água potável. Este equipamento deverá ser planejado e executado de modo que a água com gordura seja direcionada para a caixa de gordura, que por sua vez direciona para a caixa de inspeção, de onde a água é remetida para a fossa séptica, e dali para o filtro biológico.
Por sua vez, a cisterna é equipamento dotado de filtro, que se destina a efetuar a coleta da água proveniente da chuva, a fim de que seja utilizada em atividades que não exijam o uso de água potável. A água da cisterna será direcionada para caixa-d’água paralela à caixa-d’água destinada a receber água da companhia de abastecimento.