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Tree Of 40 Fruits – Por Jayme José de Oliveira

Jayme José de OliveiraPermito-me um prefácio. Ante o suceder interminável de fatos que nos induzem a um baixo astral, vem a propósito uma notícia que possa animar. Que tal uma árvore que possa se desenvolver em poucos metros quadrados e proporcione a oportunidade de degustar frutas as mais diversas?

Desde que a humanidade abandonou a vida nômade e, para tanto se dedicou à agricultura, tem aprimorado técnicas no sentido de aumentar a produtividade e qualidade das colheitas. A enxertia se tornou sinônimo de obtenção de linhagens que, além de manter a qualidade, permitem a diversificação. O experimento do professor Sam Van Aken nos assombra e permite sonhos ainda mais audaciosos.

Professor de arte na Universidade de Syracusa, nos Estados Unidos, juntou a arte à conservação e criou a Tree of 40 Fruits, ou Árvore dos 40 Frutos – uma árvore que, quando plantada e enxertada, consegue produzir 40 variedades de frutas diferentes.

O projeto começou em 2008 e, para desenvolver cada árvore são necessários pelo menos cinco anos. Atualmente existem 16 árvores do género nos Estados Unidos.

Com a Tree of 40 Fruits o artista conseguiu que uma só árvore produzisse pêssegos, ameixas, damascos, nectarinas e cerejas.

O que fez foi pegar o bulbo de um ramo de uma das árvores e incorporá-lo num ramo da árvore em teste com a ajuda de fita adesiva. A árvore fica em repouso durante o inverno para que “receba” o bulbo e o processo repete-se num outro ramo, com outra variedade de fruta.

“Vejo a Tree of 40 Fruits como uma obra de arte, um projeto de pesquisa e uma forma de conservação”, disse Van Aken numa conferência em 2.014. Para conseguir criar, o professor teve de pesquisar as várias formas de cultivo de cada uma das frutas, saber a sua cronologia para que não entrassem em conflito.

De julho a outubro, a Tree of 40 Fruits dá várias frutas, nunca em demasia. Van Aken mantém um registo de todas as árvores e quais as frutas vão crescer em cada ramo. Uma das experiências recentes é tentar incorporar a amêndoa no processo.

Em sua encíclica o Papa Francisco dá um aval explícito a experimentos que visem o aprimoramento das espécies que existem no meio ambiente, desde que a finalidade seja  contribuir com a melhoria das condições de vida e sobrevivência humana, animal ou vegetal.

“É justo que nos alegremos com estes progressos e nos entusiasmemos à vista das amplas possibilidades que nos abrem estas novidades incessantes, porque “a ciência e a tecnologia são um produto estupendo da criatividade humana que Deus nos deu”. A transformação da natureza para fins úteis é uma característica do gênero humano desde os seus primórdios e assim a técnica “exprime a tensão do ânimo humano para uma gradual superação de certos condicionamentos materiais”. A tecnologia deu remédio a inúmeros males que afligiam e limitavam o ser humano, não podemos deixar de apreciar e agradecer os progressos alcançados. Como não havemos de reconhecer todos os esforços de tantos cientistas e técnicos que elaboraram alternativas para um desenvolvimento sustentável”?(sic)

Práticas antigas universalmente seguidas podem incluir estas considerações. Mas, na natureza estes processos têm um ritmo lento que não se compara com a velocidade imposta pelos avanços tecnológicos atuais, mesmo quando estes avanços se baseiam num desenvolvimento científico de vários séculos.

Devido à quantidade e variedade de elementos a ter em conta na hora de determinar o impacto ambiental dum empreendimento concreto, torna-se indispensável dar aos pesquisadores um papel preponderante e facilitar a sua interação com uma ampla liberdade acadêmica”. (sic)

Jayme José de Oliveira  – Capão da Canoa – RS – Brasil

(51)98462936 – (51)81186972

cdjaymejo@gmail.com

 

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