Tributo às Mães e às Rosas do Universo – Sergio Agra
TRIBUTO ÀS MAES E ÀS ROSAS DO UNIVERSO
Há exatos dois anos escrevi aqui mesmo nesta coluna de Litoralmania – ÉRAMOS TODOS ABORRECENTES – uma crônica que antecedera ao encontro de minha turma de infância e adolescência da Rua José do Patrocínio, em Porto Alegre, para brindarmos à Vida e aos sessenta anos de nossa amizade. O texto era ilustrado por uma fotografia do grupo quando dos festejos de nosso cinquentenário. Alguns dos rostos álacres, descontraídos e revestidos ainda na pureza juvenil que ali se encontravam já seguiram para a Grande Viagem. Outros, que por matrimônio ou por força de suas carreiras profissionais se extraviaram por paragens longínquas, como filhos pródigos então se agregaram ao ruidoso bando de coloridos periquitos australianos.
Rosa Saraiva fora uma delas. Casou-se e foi residir na Alemanha. Tornou-se mãe de três filhas. Uma mora em Porto Alegre, a segunda em Speyer, próximo a Heidelberg, e a terceira em Aschaffenburg, uma idílica cidade com castelos e pujantemente rodeada de verde, a 35 km de Frankfurt, onde Rosa hoje também reside.
Entre as várias idas e vindas a Porto Alegre, com formação em Letras, Rosa Saraiva fundou a Schulweg Idiomas Porto Alegre, encravada no nosso eterno bairro: a Cidade Baixa.
Após ler AO ENTARDECER, meu relato em homenagem ao Dias Das Mães, também aqui publicado, Rosa Saraiva, como Mestra e Mãe, brindou-me, como ela própria, este suave comentário, em que pesem todas as dramáticas vivências por que passou. Tenham a mesma sensação de leveza em lê-la.
Crônica da Rosa
Achei linda e triste, tua crônica sobre o dia das mães. Bastante realista, bem escrita nostálgica.
Há muita poesia na crônica.
Muitos de nós já conviveram com a demência, Alzheimer, seja o que for e não souberam extrair a poesia da situação. Nem sempre é fácil! Para isto é preciso ter muita sensibilidade.
Eu sempre encarei com mais humor do que com tristeza, (rir para não chorar). Uma opção.
Minhas avós perderam a lucidez a partir dos 80. Que medo! 👀
Minha mãe passou dez anos sem dizer coisa com coisa, na real dizia mesmo eram muitas bobagens. A gente ria e brincava com ela. Não dá para fazer uma tragédia, afinal faz parte da vida. Faz parte de muitas vidas, felizmente alguns escapam. Minha mãe morreu achando que a mãe dela ainda vivia. E a gente compactuava, concordava. Nao tinha por que fazê-la sofrer. Não adiantava contar a verdade, pois meia hora depois ela esquecia. Uma ou outra vez ela perguntava por vizinhos antigos e dizíamos que já haviam partido. Mas como ela seguia perguntando por eles, passamos a dizer que “estavam bem”.
Ironicamente, pessoas que um dia foram independentes, lúcidas, inteligentes, com idade avançada passam a viver num conto de fadas, sem presente e sem futuro. É triste, mas é real. E que Deus nos livre deste mal!
Bem, meu querido amigo, recebe os meus parabéns pela bela crônica que escreveste lembrando da tua mãe.
E que ela te proteja sempre, de onde estiver.
Bjs. 😘💕😘💕😘