Tua Palavra é lâmpada para meus pés… – Por Dom Jaime Pedro Kohl
Setembro, para a Igreja do Brasil, é o mês da Bíblia. A escolha desse mês é motivada pelo fato que, no dia 30, celebramos a festa de São Jerônimo que viveu de 340 a 420 e traduziu os livros Sagrados do grego e hebraico para o Latim, reunindo-os num único livro: a Bíblia.
Para nós a Bíblia não é simplesmente um conjunto de livros (73), mas uma presença de Deus entre nós, uma palavra viva e eficaz, pois realiza o que diz, traz em si um poder transformador, é fonte de vida.
Deus que criou pela Palavra, que falou com Abraão, Moisés, que continuou a falar pelos Profetas, chegada a plenitude dos tempos, a “Verbo se fez carne e habitou entre nós”. A Palavra se fez gente na pessoa de Jesus.
A Sagrada Escritura, num primeiro momento foi Palavra transmitida oralmente; depois de alguns séculos ou decénios os autores sagrados, reuniram histórias, hinos, orações, cânticos, provérbios, contos da sabedoria popular, testemunhos dos apóstolos e comunidades dos seguidores e pregadores em forma de livros que mais tarde são reconhecidos como inspirados e canônicos.
A Bíblia não é uma simples filosofia de vida. Ela mesma atesta de si mesma: “É lâmpada para os meus pés, é luz para o meu caminho”. “Ela julga os pensamentos e as intenções dos corações”. “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, argumentar, corrigir, educar conforme a justiça”. “Recebei com humildade a Palavra que em vós foi implantada e que é capaz de salvar as vossas almas. Todavia, sede praticantes da Palavra e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”.
A Palavra de Deus não é uma teoria, mas uma prática de vida do povo crente. Jesus por várias vezes falou disso: “Não quem diz Senhor, Senhor entrará no Reino dos céus, mas quem faz a vontade do meu Pai que está nos céus”. “Bem-aventurados os que ouvem a Palavra e a põe em prática”. “Quem ouve a Palavra e a põem em prática, este produz muito fruto”
Diz-se que foi feita uma pergunta a uma pessoa apaixonada pela Bíblia: “Se numa hipótese absurda viessem a queimar todas as Bíblias do mundo o que você faria” A resposta foi: “Eu seria uma Bíblia aberta”.
Não sejamos meros ouvintes, mas praticantes da Palavra. Ela é lâmpada para nossos pés e luz para o nosso caminho. Acreditemos!
Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório – domjaimep@terra.com.br