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Um escândalo no Condado das Corujas

Bomba! Bomba! Explodiu mais um escândalo no imenso Reino Unido da Fantasia.

Desta feita, no pequeno Condado das Corujas, a sempiterna e justa Branca de Neve denunciou Sete Anões à Deusa Dikê*. Segundo Branca de Neve, Sete Anões, alegando viajar para participar de cursos de aperfeiçoamento em mineração e ourivesaria, teria ido, mesmo, visitar Alice no País das Maravilhas.

Sete Anões queria conhecer e ouvir de perto o Chapeleiro Maluco, o personagem que segredara aos ouvidos do Rei que Ali Babá e os Quarenta Ladrões rondavam o Palácio. Ninguém lhe deu ouvidos. O Chapeleiro caiu em desgraça e hoje vive apenas dos frutos das apresentações das árias que canta nos botecos e estalagens à beira das estradas.

O Rei – que na realidade era um horrendo Sapo Gordo e agora se ilude em ser a figura do permanente jovem Peter Pan, graças ao “bottox” e à Fada Sininho que cuida da Casa Real – como sempre acontece, nada soube.

Mas, Branca de Neve fora irredutível. Muniu-se dos documentos que hão de formar as provas contra Sete Anões do Condado das Corujas e, bela e imaculada como sempre fora sua luminosa estampa, galgou as escadarias do Templo da Deusa Dikê.

Haverá, é claro, o princípio do contraditório. E somente após a sentença transitada em julgado a Deusa poderá descer – ou não – sua espada sobre a cabeça de Sete Anões. Enquanto isso não se oficializar a ninguém do povo de Condado das Corujas será dado o direito de formar qualquer juízo (pelo menos em voz alta!), mesmo porque agora é tudo ilusão. Tudo é “aquecimento” para o carnaval e a folia. Então, nos atiremos a eles.

*Dikê – Deusa grega da Justiça, filha de Zeus e de Thémis

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