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Um “fenômeno” infantilizado

Ronaldo Luís Nazário de Lima, o “Fenômeno”, nasceu no bairro pobre de Penha, Rio de Janeiro, num setembro de 1976. Iniciou seu caminho no futebol pelo Social Ramos Clube do Rio de Janeiro; logo em seguida mudou-se para o São Cristóvão. Porém, foi no Cruzeiro de Belo Horizonte que se profissionalizou e alcançou o primeiro destaque como atleta, aos dezessete anos, sendo, inclusive, convocado para a Copa do Mundo de 1994. No Milan, seu primeiro clube europeu, se tornou o jogador de futebol mais bem pago daquela seleta constelação.

O “Fenômeno” nunca escondeu suas predileções: noitadas, mulheres, carros de luxo e, sobretudo, as luzes dos holofotes. Mesmo casado com Milene Domingues, a “rainha da embaixadinha”, de quem se separou, após três anos, as aventuras e traições faziam parte de sua vida.

Ronaldo passou por graves problemas de lesões que o retiraram dos campos por um longo e sofrido período, inclusive de uma Copa. Deu a volta por cima. Imaginávamos, todos, que o atleta colheria, ali, o aprendizado para encetar uma vida mais regrada e discreta.

O tempo, infelizmente, mostrou que aquele menino pobre da Vila da Penha, não superara suas carências infantis.

O teatral casamento com Daniela Cicarelli, no Castelo de Chantilly, na França, desde o seu anúncio, teve todos os ingredientes de um conto das Mil e Uma Noites: carruagens, personalidades de todos os segmentos, archotes, trombetas, faisões, generosos e envelhecidos vinhos e espumantes. Prestou-se, sobretudo, para o “barraco” entre a noiva e a ex-amante do “Fenômeno”, a modelo Caroline Bittencourt, que acompanhava um dos convidados do noivo. A mídia sensacionalista, por óbvio, aplaudiu e pediu “bis”.

Este “conto de fadas” não durou três meses. Custou, isto sim, milhões de euros aos cofres do “bôbo da corte” diretos para a conta bancária da mercenária e aproveitadora apresentadora de TV.

O triathlon – mulheres, noitadas e luzes da mídia – não seria ainda uma página virada na vida do já decadente Ronaldo “Fenômeno”.

Licenciado pelo Milan, seu atual clube, veio para o Brasil para tratar-se de mais uma grave lesão. O que se viu, desta feita, foi o sórdido e melancólico início do fim da carreira de quem já foi um ídolo.

Mesmo com uma nova namorada – a bela e discretíssima Maria Beatriz Anthony –, Ronaldo Nazário, ora paciente de tratamento para recuperação de lesão grave, encontrava-se, às quatro horas da madrugada, numa boate no Rio de Janeiro, de onde saiu, direto para um motel, na companhia de três travestis.

Não discutimos o mérito de suas predileções sexuais e homoafetivas. Cada qual tem o inalienável direito de escolha. Faltou a Ronaldo Nazário, até mesmo para o encaminhamento do final de sua ópera bufa, a dignidade que não faltara a Claudiomiro, ídolo dos anos 70 do Sport Clube Internacional, que terminou seus dias angariando R$ 50,00 por partida, num time de veteranos em Porto Alegre.

E para onde, tudo nos leva a crer, irá o Fenômeno.

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