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Um míssil teleguiado – Sergio Agra

Um míssil teleguiado - Sergio AgraUM MÍSSIL TELEGUIADO

A quem Jair Bolsonaro – um tosco e obscuro parlamentar, que pouco ou nada ocupou a tribuna em seus vinte e sete anos de mandato como Deputado Federal – incomoda? A quem o atual Presidente da República – que teceu loas públicas ao maior torturador do regime de exceção, o Coronel Ustra, o que lhe valeu uma escarrada no rosto do pirotécnico e também ex-deputado federal Jean Willys –constrange? A quem Bolsonaro – que durante quatro anos percorreu o País lançando seu programa eleitoral em que extirpar a corrupção(tal metástase, ainda se apodera das instituições) seria seu compromisso de honra – inquieta?

Afirmar que ele atormenta a todos os partidos de esquerda e que reduziu a figura de Lula a um “boneco” de ventríloquoé ser demasiado simplista. Quem ele na realidade inquieta são as facções criminosas dos Poderes constituídos e do desmedidodomínio e manipulação da opinião pública pelas corrosivas mídias de comunicação, habituadas durante mais de quinze anos a mamar nas tetas de patrocínio advindos dos bancos públicos e das estatais,sobremaneira, da Petrobrás. E, aí, Mateus, primeiro os meus, depois os teus…

Exemplo de fácil assimilação é a figura pimpona de Galvão Bueno que a cada quinze dias viajava – atente! – viajava para todos os cantos do Planeta para narrar as endinheiradas corridas da Fórmula 1. As narrações, até mesmo de jogos do Campeonato Brasileiro ou da Copa do Brasil passaram a ser transmitidas dos estúdios da Globo.

Com a audiência em queda ou por “irregularidades” em contratos, a perda do milionário patrocínio é mais um acidente no percurso ladeira abaixo da antes todo-poderosa emissora dos Marinho. A Rede Globo vendia seis cotas de patrocínio para o “produto” Fórmula 1, dentre estas a Petrobras.Sem conseguir mais um patrocinador de peso, os irmãos Marinho patrocinam eles mesmos. A Globo cobre a falta de um sexto patrocinador do peso de uma Petrobras com um subproduto do próprio Grupo Globo, sem receber nada de fato. Tal operação é na verdade (mais um) rombo no caixa da Globo.

Na área da Cultura, alguns dos maiores projetos de cinema, teatro e música do Brasil ficaram significativamente menores. A Petrobras cortou o patrocínio de 13 iniciativas culturais que apoiava historicamente. Na área da música, o corte afetou o Prêmio da Música Brasileira, a Casa do Choro do Rio de Janeiro e o Clube do Choro de Brasília. No cinema, a lista incluiu Festival do Rio, a Mostra de Cinema de São Paulo, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o Festival de Cinema de Vitória, o Anima Mundi, a Sessão Vitrine e o CineArte, cinema de rua paulistano. Já no teatro foram afetados o Festival Porto Alegre em Cena, o Festival de Curitiba e o Teatro Poeira, no Rio.

Daí porque estes segmentos expelem sangue de ódio pelos olhos. A vênus platinada, ainda na campanha eleitoral de 2018, promovera a combustão da fogueira para literalmente torrar Bolsonaro. E não parou mais! As demais organizações da mídia nacional atracaram os seus vagõezinhos ao da Rede Globo, tal pueril brincadeira de “siga o chefe”.

Toda a detração da figura de Jair Messias Bolsonaro promovida sobretudo pelos segmentos da imprensa e da Cultura teriam se esvaziado no tempo não fosse ele o falastrão movido mais pela paixão do que pela razão, o vício das redes sociais aonde, ao lado de afirmações estapafúrdias, provoca os desafetos, a subserviência aos ditames do pseudo e autointitulado filósofo e dublê de abjeto reacionário Olavo de Carvalho, mas principalmente a idolatria às violentas diatribes dos filhos, os 01, 02 e 03, que estabeleceram o Gabinete do Ódio nas dependências do Palácio do Planalto, a inspirarem-lhe ações que mais combustível concedem às globolixos tupiniquins.

Nestes tempos de pandemia, parecendo querer navegar na contramão do bom senso, os passeios e os encontros dominicais com a claque apoiadora e para se regalar com um sanduíche de mortadela acompanhado de uma meia taça na padaria da esquina ganham dimensões catastróficas. Pela imprensa.

As denúncias, até prova em contrário, de duas figuras presumivelmente opostas entre um e outro nos quesitos da ética e da moralidade – Sergio Moro e Paulo Marinho – atravancam a governabilidade e as sensatas decisões do Chefe de Estado que deveriam ser atacadas com a mira certeira de um Dongfeng-41 (míssil de alcance intercontinental) à pandemia do Covid-19.Antes, Bolsonaro poderia urgentemente se valer de dois teleguiados de menor potência. O primeiro direcionado ao Gabinete da Maldade; o segundo à cidade de Richmond, Estado da Virgínia, Estados Unidos, sobre a cabeça do pulha do Olavo de Carvalho.

Em assim se determinando, Jair Messias Bolsonaro, com a mesma ênfase com que no início da noite da sexta-feira, 22, por quase uma hora, abriu o seu coração numa autodefesa, atabalhoada, com impropérios, sua característica, mas pungentemente honesta e, em definitivo, assuma o lugar que a História está lhe ofertando.

Oremos!

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