US$ 100 Trilhões – Por Jayme José de Oliveira
É a perspectiva de gastos com o tratamento de infecções causadas por bactérias até a metade do século XXI, conforme estudo coordenado pelo economista Jim O’Neill, PhD em Economia pela Universidade de Surrey. Foi nomeado pelo Primeiro-Ministro britânico, David Cameron para chefiar uma comissão internacional para investigar a resistência antimicrobiana global.
Este dado de per si dá uma ideia da importância de:
1. Preservar a eficácia dos meios que temos à disposição atualmente. Antibióticos formam a primeira e, neste momento, insubstituível linha de tratamento.
2. Alavancar as pesquisas na descoberta de novas drogas que se tornarão de importância capital, com o veremos a seguir.
3. É uma consequência da primeira: utilizar antibióticos apenas no momento certo, durante o tempo necessário e na dosagem correta. Não abdicar de seu uso quando necessários e, isso é fundamental, NÃO UTILIZÁ-LOS DESRESPEITANDO A DOSAGEM E O TEMPO NECESSÁRIO OU PARA COMBATER MOLÉSTIAS PARA AS QUAIS SÃO INOPERANTES. Micoses (causadas por fungos) e vírus, por exemplo. O uso indiscriminado e contraindicado de antibióticos representa um autêntico “tiro no pé”. Por vezes fatal, sempre desaconselhado. Muitas vezes contraproducente, em vez de proporcionar a cura, agrava o problema ao liberar o campo para micróbios resistentes.
Em 2.050 as bactérias podem matar 10 milhões de pessoas se não forem tomadas medidas extremas para barrar o aumento da resistência das bactérias aos antibióticos. Esse número é maior que o de mortes por câncer atualmente.
“A escassez de antibióticos para tratar infecções por bactérias muito resistentes têm ameaçado a medicina como um todo. Não adianta realizar cirurgias complexas ou transplantes caríssimos se, em seguida, o paciente adquire uma infecção por essas bactérias e morre”. (Marisa Zenaide Ribeiro Gomes, pesquisadora da FIOCRUZ)
Ao receber o Prêmio Nobel de Medicina em 1.945 pelo desenvolvimento da penicilina, Alexandre Fleming fez um alerta: “O uso equivocado do medicamento pode tornar os micróbios mais fortes”. Sete décadas após seu vaticínio se confirma e, se nada for feito, poderemos chegar à era pós-antibióticos, na qual eles se tornariam ineficazes.
As bactérias estão na Terra há 3,5 bilhões de anos e nesse lapso de tempo aprenderam a criar mecanismos de defesa. O uso inadequado de antibióticos estimula esses mecanismos. A descontinuidade e dosagem insuficiente são causas frequentes das resistências e, cada vez mais, são necessários novos antibióticos para curar doenças atualmente de fácil resolução. Frequentemente os antibióticos sozinhos não resolvem o problema, é necessário que sejam coadjuvados concomitantemente por outros agentes antimicrobianos. O mais elementar procedimento é a higienização criteriosa. Lavar as mãos é tão importante como medicar.
O uso de antibióticos na agricultura e na pecuária é preocupante, existem possibilidades de criação de animais sem o uso e o controle deve ser rígido.
Entre as infecções que mais frequentemente precisam de antibióticos são as respiratórias, MAS NEM SEMPRE ELAS SÃO CAUSADAS POR BACTÉRIAS e, nesses casos, são absolutamente contraindicados, principalmente em crianças.
Desde 2.010 só é possível comprar antibióticos nas farmácias com receita médica e essa regra foi reforçada pelo RDC 44/2010 que obriga os estabelecimentos que os comercializam manter à disposição das autoridades, por no mínimo 5 anos, toda a documentação relativa à movimentação de entradas, saídas, perdas e descartes dos com prazo vencido.
Concluindo: não apenas deve ser exigido dos profissionais que receitam, manipulam e comercializam antibióticos a estrita observância das regras mas, principalmente, À TODA A POPULAÇÃO. Afinal de contas, será cometido um crime contra a humanidade se, por mau uso os antibióticos PERDEREM A EFICÁCIA.
Jayme José de Oliveira – Capão da Canoa – RS – Brasil
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