Vaticano rejeita terapias que prolongam a vida de doentes
O presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, o cardeal Javier Lozano Barragán, afirmou hoje que a Igreja Católica considera “inaceitável” o uso de tratamentos desproporcionais e inúteis para manter os doentes terminais vivos.
Em entrevista publicada hoje pelo jornal La Repubblica, o cardeal mexicano reiterou a rejeição da Igreja Católica à eutanásia e também à terapia para prolongar a vida de pacientes terminais.
– A Igreja não poderá nunca admitir essa terapia, uma prática inaceitável porque comporta o uso de meios desproporcionais e absolutamente inúteis para a cura de um doente terminal – acrescentou.
Barragán, considerado o ministro da Saúde do Vaticano, disse que a terapia é “uma prática cruel que só prolonga a agonia, a dor e o sofrimento”. O cardeal mexicano admitiu, no entanto, que o problema é “reconhecer se existe verdadeiramente um caso de intervenção terapêutica”.
Nesse sentido, o cardeal Barragán aplaudiu a iniciativa do governo da Itália, que pediu a opinião de uma equipe de especialistas sobre o caso de Piergiorgio Welby, um doente terminal italiano que sobrevive graças a um ventilador pulmonar, cujo desligamento o paciente pede há meses.
– É justo que especialistas se expressem sobre este caso dramático para que possamos saber se se trata da terapia ou se estamos diante de um pedido de eutanásia – afirmou o cardeal.