Veja como utilizar as cores certas no projeto de arquitetura
A escolha das cores em projetos de arquitetura de interiores vai muito além de aspectos estéticos; elas têm o poder de transformar ambientes e moldar comportamentos. Segundo o arquiteto Raphael Wittmann, à frente do Rawi Arquitetura + Design, cada tonalidade oferece um direcionamento sobre o que realizar ou viver dentro de cada espaço.
“Sou completamente a favor de tons mais acentuados, desde que devidamente avaliados. Um projeto com cores provoca alegria, entusiasmo e uma sorte de estímulos que contribuem para as tarefas cotidianas e prazer de estar em casa”, analisa.
A seguir, Raphael Wittmann explica como funciona o círculo cromático e como utilizá-lo a seu favor. Confira!
Processo de avaliação do projeto
Conforme Raphael Wittmann, o primeiro passo levantado é considerar a harmonia. Nesse processo, o arquiteto leva em consideração a luz natural existente, que pode alterar o discernimento das cores, como também a personalidade dos clientes. “A partir disso posso promover a distribuição para a aplicação da cartela de cores nas paredes, no mobiliário ou nos tecidos que farão parte do ambiente”, analisa.
Com a concepção do moodboard que auxilia o Raphael Wittmann na construção das referências de materiais a serem utilizados no projeto, entra em cena o estudo do círculo cromático, ferramenta essencial para as respostas sobre as combinações de cores.
Ele explica que, assim como na moda, o entendimento das relações complementares, análogas ou análogas triádicas, que formam um triângulo nessa representação, facilitando a criação de paletas equilibradas e atraentes para ambientes diversos. “Por meio dos matizes, analisamos os tons quentes, frios e aquelas que são completamente opostas”, complementa.
Influência das cores nos sentimentos
Enquanto os gradientes análogos oferecem relações mais suaves, sendo uma boa opção para ambientes mais tranquilos, as complementares provocam contrastes vibrantes e são ideais para espaços mais dinâmicos. Entretanto, é preciso atenção para saber dosar essa capacidade de incitar as sensações, tanto no que diz respeito aos ambientes menos indicados quanto ao excesso.
“Na cozinha, por exemplo, as cores contrastantes despertam a fome, e isso não é interessante. Ao mesmo tempo, em um dormitório, afetam a qualidade do sono”, avalia Raphael Wittmann. O segredo, segundo ele, é equilibrar vibrantes e neutras para aplicá-las em elementos decorativos.
Dimensões dos ambientes e as cores
Para criar ilusões de profundidade ou altura, as cores podem ser usadas estrategicamente nas paredes para ajustar proporções visuais. Pintar o teto com tons escuros pode reduzir a sensação de espaço vertical, mas também pode adicionar personalidade e formar um ambiente mais equilibrado e confortável.
Já as cores claras são caminhos lógicos para ampliar visualmente um espaço e refletir a luz. Todavia, isso não quer dizer que um cômodo pequeno deva ser, predominantemente dessa forma, sendo visto, muitas vezes, como sem expressão. “É possível, sim, adicionar outras tonalidades e, ainda assim, manter essa percepção de ambiente mais espaçoso e aberto”, ressalta o arquiteto.
Texturas e materiais naturais, de uma maneira geral, são outros elementos que corroboram na missão de reafirmar a individualidade de cada cor nos projetos residenciais.
Por Emilie Guimarães