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Venezuela expulsa diplomatas colombianos e fecha embaixada

Os diplomatas colombianos na Venezuela devem deixar o país até domingo, por ordem do presidente venezuelano Hugo Chávez, que rompeu relações com o país vizinho ontem (22). Na noite desta quinta-feira, Chávez deu prazo de 72 horas para que a embaixada da Colômbia em Caracas seja fechada e o corpo diplomático se retire do país. As informações são da BBC Brasil.

A medida foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro. A Colômbia acusou a Venezuela de abrigar guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Maduro também ordenou o fechamento da embaixada da Venezuela em Bogotá e o regresso da equipe diplomática instalada na capital colombiana.

Apesar do anúncio, nem o embaixador venezuelano na Colômbia, nem a representante colombiana em Caracas estavam ocupando seus postos. Na noite da última quarta-feira (21), o governo colombiano já havia convocado para consultas sua embaixadora em Caracas, María Luisa Chiappe. Já o representante venezuelano em Bogotá havia sido convocado para regressar ao seu país na semana passada.

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela afirmou ainda que não descarta a adoção de outras medidas contra a Colômbia. “Estamos avaliando outro conjunto de decisões nas áreas econômica, aeronáutica e comercial para proteger a Venezuela e a dignidade de nosso país”, afirmou Maduro.

A crise diplomática entre os dois países atingiu o ápice nesta quinta-feira, quando Hugo Chávez anunciou o rompimento das relações com o país vizinho, após a Colômbia ter acusado formalmente a Venezuela de abrigar guerrilheiros colombianos. A denúncia foi feita durante uma reunião extraordinária da Organização dos Estados Americanos (OEA), na qual a Colômbia apresentou supostas provas de que guerrilheiros das Farc estariam escondidos na Venezuela. As acusações provocaram a reação de Chávez que, inclusive, mandou tropas militares para reforçar a segurança na fronteira com a Colômbia.

Após o anúncio da Venezuela, no entanto, o porta-voz do governo colombiano garantiu que não irá ampliar a presença militar na região fronteiriça. “Por parte da Colômbia, jamais, nunca haverá movimento de tropas. Do lado da Colômbia, sempre haverá fraternidade”, afirmou em Bogotá o porta-voz César Mauricio Velásquez.

Velásquez informou que o presidente colombiano, Álvaro Uribe, não fará pronunciamentos sobre a ruptura de relações com a Venezuela, tarefa a cargo do embaixador da Colômbia na OEA, Luis Hoyos. O presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, que toma posse no dia 7 de agosto, também afirmou que “a melhor contribuição que pode fazer é não se pronunciar”. Já o futuro vice-presidente, Angelino Garzón, disse que o novo governo fará “todo possível” para restabelecer as relações diplomáticas com a Venezuela. “Faremos todo o possível e utilizaremos todos os amigos que temos em diferentes países do mundo e buscaremos todos os mecanismos diplomáticos para melhorar e fortalecer as relações com os países da região, incluindo a Venezuela”, disse Garzón.

Em nota divulgada na noite de ontem (22), o Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que o “governo brasileiro vem acompanhando, com atenção e preocupação, os últimos desenvolvimentos” e “lamenta essa situação”. Ainda de acordo com o Itamaraty, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou por telefone com Hugo Chávez para transmitir “a disposição do Brasil de contribuir para a superação das diferenças entre os governos da Colômbia e da Venezuela”.

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