Vício. Voz intrínseca – Nilton Moreira
Por várias vezes já escrevemos sobre dependência de drogas, principalmente sobre o uso do tabaco que é o vício mais comum pelo mundo.
É muito antiga a cultura do fumar, que foi se aprimorando ao longo dos tempos para atrair adeptos. Foi colocado filtro de várias cores no cigarro, os nomes também sempre foram cativantes, e também as carteiras desenvolvidas com aspectos atrativos, tudo visando atrair atenção. Até ritual de cachimbo da paz criou-se.
Várias campanhas contra o cigarro foram realizadas, mas ele continua sobrevivendo a todos os embates e legislações que surgem de tempos em tempos. Ocupa local de destaque nos mercadinhos, sempre posto junto aos caixas, onde normalmente permanecemos mais tempo no estabelecimento.
Foi proibido de ser vinculada propaganda na imprensa falada e escrita com referência a marcas e fabricação, mas aparece nos dedos de artistas famosos em novelas, os quais fazem questão, por determinação da direção, é lógico, exibir as baforadas tanto de cigarros como charutos.
É uma proibição desleal com referência a outras drogas, a exemplo das bebidas alcoólicas, pois se o tabaco causa tanto mal como comprovado, o álcool também, principalmente na conduta, pois na direção de veículo, o usuário tem ceifado várias vidas.
Dia 29 recente, tivemos o Dia Nacional de Combate ao Fumo, e certamente muito pouco foi idealizado no sentido de alertar as pessoas sobre o prejuízo de consumir tal vegetal misturado a ingredientes químicos nefastos.
O fumante sempre busca alternativas para sair de uma modalidade para outra, indo para o cachimbo, cigarrilha com filtro, ou colocação de filtro no cigarro. Também a mudança para o ritual do charuto é uma fuga, e mascar fumo é maneira de maquiar o desejo.
Também o uso coletivo e com aparência exótica do narguilé, que pode parecer menos nocivo que outros produtos de tabaco fumados, por usar um filtro d’água e, muitas vezes, aromatizantes e flavorizantes, mas que usado em longo prazo, assim como todos os produtos de tabaco fumados, causa câncer de pulmão, boca e bexiga, estreitamento das artérias e doenças respiratórias. Além disso, ao compartilhar o narguilé com outros usuários, o fumante pode ficar exposto ao vírus do herpes, a outras a doenças da boca, à hepatite C e à tuberculose.
Mas o que dizer ao fumante? Dizer que enquanto temos um vício ou dependência, não somos livres mentalmente, pois muitas vezes estamos quietos e vem aquela compulsão irresistível. É uma voz oculta nos determinado.
Temos de trabalhar isso e nos livrar dessa determinação invisível. Essa voz intrínseca, que se sabe lá, de onde vem.
Assim seja, amigos.