Vila Isabel, Mocidade e Salgueiro emocionam o público na Marquês de Sapucaí
A Vila Isabel desfilou este ano com o enredo O Maestro – Brasileiro Está na Terra de Noel. O maestro Isaac Karabtchevsky deixou a Marquês de Sapucaí emocionado. Nem a forte chuva que caiu na Sapucaí diminuiu seu sentimento de ser homenageado pela escola de samba.
“Considero isso daqui a cereja do bolo. Foi uma emoção indescritível. Já fiz centenas de concertos ao ar livre pelo Projeto Aquarius, pelo Brasil e pelo mundo, mas jamais experimentei uma sensação tão viva, tão palpitante quanto essa, de ver a conjugação da música clássica liberadora, como quiserem chamar, com a sensibilidade do povo”, destacou. Ele acrescentou que a Vila Isabel permitiu às pessoas vivenciar “um momento histórico para a cultura carnavalesca do Rio de Janeiro e do Brasil”.
A primeira porta-bandeira da escola da Vila Isabel, Dandara Ferreira, vem de uma família de artistas. O avô é o cantor e compositor Martinho da Vila, a mãe Analimar e a tia Mart’nalia são cantoras, e ela sonhava ser a primeira porta-bandeira da escola de samba que sempre defendeu. “Muita coisa passou pela cabeça. O coração ficou a mil, o sorriso secou, mas a gente foi com garra”.
Outra estreia que levantou os presentes nas arquibancadas da Sapucaí foi Claudia Leitte, que desfilou pela Mocidade Independente de Padre Miguel. Pela primeira vez na função de rainha de bateria da escola, a cantora destacou-se na avenida. “Eu ainda não sei descrever, mas foi sensacional. Eu estou muito feliz por ver a evolução da minha escola, por ter assistido ao processo de construção disso tudo.”
Aos 89 anos, Djalma Sabiá é um dos fundadores do Salgueiro. Este ano, saiu na última alegoria da agremiação que representava Fé e Devoção. Sabiá destacou a emoção que percebeu na plateia que acompanhou o desfile da escola de samba. “O desfile foi grandioso, emocionante. Não esperava que o Salgueiro viesse assim, tão valente, me surpreendeu e eu fiquei maravilhado com a escola”, destacou.
O Salgueiro distribuiu doce de leite para as pessoas que estavam nas arquibancadas em uma referência ao enredo que abordava a culinária mineira. O primeiro carro alegórico que entrou na Sapucaí – Sonho de um Paraíso Delirante – do enredo desenvolvido pelos carnavalescos Renato e Márcia Lage, ficou preso na dispersão e causou preocupação aos integrantes. Com a ajuda de mais componentes da escola o carro foi retirado.
De acordo com o regulamento, se as alegorias não forem retiradas do local, a escola perde ponto. Outros carros que entraram na avenida preocuparam os salgueirenses, mas não houve problemas.
Depois do Salgueiro, entrou na avenida a Grande Rio, escola de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, com enredo sobre cartas de baralho, do carnavalesco Fábio Ricardo. Ao terminar, às 6h31, as arquibancadas populares dos setores 12 e 13 estavam quase vazias. Ainda assim Vanda Alcides de Oliveira, da Velha Guarda da verde, branca e vermelha, considerou o desfile muito bom. “Creio que é desfile para ganhar. Eu tenho muito amor a Grande Rio, vou sempre à quadra”, contou emocionada depois de descer do último carro da escola, na dispersão.
A maioria das escolas teve que enfrentar temporal. A Vila Isabel conseguiu entrar na avenida sem chuva, mas ficou debaixo d’água na concentração. A Grande Rio também. Já o Salgueiro, na metade do desfile, enfrentou novas pancadas de chuva. Apesar disso, esse não foi um fator para tirar o ânimo dos componentes das escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro, no primeiro dia de desfiles.