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Jayme José de Oliveira
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Xenotransplantes – Jayme José de Oliveira

Na natureza apenas seres da mesma espécie podem se reproduzir e continuar com a possibilidade de perpetuação. Um fator determinante é a necessidade de as células reprodutoras, espermatozoide e óvulo terem o mesmo número de cromossomos a fim de permitir a formação de pares isonômicos.

Desde priscas eras a humanidade tem feito cruzamento de animais da mesma espécie com a finalidade de aprimorar seus predicados e obter uma descendência conserve esses aprimoramentos genéticos.

A pecuária consegue melhorias e maior produtividade de carne e leite.

Experimentos com cruzamentos híbridos podem ter um sucesso relativo, a mula, o cruzamento de um cavalo com uma jumenta ou égua com um jumento. Como esses animais pertencem a espécies diferentes, mas são do mesmo gênero, há possibilidade de cruzamento, porém não geram proles férteis, as mulas são estéreis.

Na natureza as leis nem sempre são obedecidas de maneira absoluta, exceções ocorrem e os resultados podem surpreender.

Abordemos as QUIMERAS. O quimerismo é uma condição genética rara, determinará que o indivíduo possua dois tipos distintos de DNA em seu corpo, pode ocorrer em humanos e acontece quando dois óvulos fecundados se fundem antes do quarto dia de gestação, misturando as informações genéticas sem que o indivíduo sofra grandes mutações. Se a fusão ocorrer após o quarto dia eles produzirão gêmeos siameses.

TRANSGÊNICOS são organismos que receberam um ou mais genes de um organismo doador de outra espécie.

Essa alteração no seu DNA permite que mostre características que não possuía antes.

Pessoas que nasceram com doenças genéticas graves podem receber o gene que falta no seu genoma e se livrar da doença.

Utilizando as técnicas da transgenia, genes de animais podem ser inseridos em humanos e mesmo órgãos de animais podem ser transplantados em humanos. A ciência evoluiu e esses transplantes deixam de ser coisa de ficção científica.

Em janeiro de 2022, o coração de um porco foi transplantado em um americano de 57 anos. Bateu no peito do receptor durante oito semanas antes de parar. Não foi por rejeição, mas em consequência de uma infecção oportunista.

Realizado na Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, foi o primeiro transplante em que um ser humano recebeu órgão doado por um animal (xenotransplante). Considerando que órgãos de outra espécie, quando transferidos para seres humanos são reconhecidos como corpos estranhos e começam a ser rejeitados em minutos, oito semanas são considerados uma eternidade.

Centenas de transplantes foram realizados em animais de espécies diferentes antes de se tentar em humanos.

Os porcos são os preferidos por terem os órgãos com dimensões e anatomias semelhantes às nossas. O animal que doou o coração para o primeiro transplante foi submetido previamente a dez manipulações: quatro de seus genes foram modificados e seis genes humanos introduzidos em seu genoma para induzir tolerância imunológica.

A aprovação de xenotransplantes em seres humanos depende de agências reguladoras internacionais (FDA e Agência Europeia).

Transplante de células e órgãos de porcos transgênicos para seres humanos deixaram de serem considerados ficção científica.

“Até uma jornada de mil milhas começa como primeiro passo”. (Lao Tzu)

Comentário do colunista: “A evolução técnica e científica promovida pelo homo sapiens pode se comparada a uma escada rumo ao infinito. Galga-se subindo um degrau de cada vez e o final não se vislumbra. Durante o trajeto aproveitamos os avanços e nossos descendentes já partem do ponto em que paramos. E assim sucessivamente”.

Em tempo: Alguns dos dados do primeiro transplante foram obtidos a partir de uma coluna escrita pelo Dr. Drauzio Varella médico, cientista e escritor. (drauziovarella.com.br”, Zero Hora, 17/12/2022)

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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