Rio Tramandaí: vigília e ação popular em Osório pressionam justiça a suspender obras da Corsan
Helio Bogado, presidente interino da Associação dos Amigos da Bacia do Rio Tramandaí, ingressou com uma ação popular no Foro de Osório para impedir a continuidade das obras da Corsan.
A iniciativa busca uma liminar que paralise a ampliação do sistema de esgoto sanitário, que cobre mais de nove quilômetros da bacia hidrográfica do Rio Tramandaí, localizada no KM 30 da RS-389.
O projeto da Corsan prevê que os efluentes tratados sejam descartados diretamente no Rio Tramandaí, mas a proposta tem enfrentado resistência tanto da comunidade quanto de ambientalistas.
Segundo Bogado, a decisão de despejar a água no rio é questionável. Ele argumenta: “Se essa água é realmente tratada, por que não pode ser reutilizada? Iremos à Justiça para suspender esse projeto.”
Um grupo de manifestantes organiza uma vigília em frente ao Foro de Osório, comprometendo-se a permanecer no local até que uma decisão do Ministério Público seja anunciada.
Eles afirmam que, se necessário, passarão a noite no local para pressionar as autoridades.
A principal crítica dos opositores é a falta de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) aprofundado e a ausência de consulta prévia às comunidades diretamente afetadas pelo projeto.
Além disso, os manifestantes denunciam que a licença ambiental concedida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) se baseou em dados incompletos.
Eles alegam que o tratamento proposto pela Corsan não garante a segurança necessária para preservar a integridade ambiental da região.
Como alternativa, a comunidade sugere a construção de emissários submarinos para transportar os efluentes até áreas de mar aberto, longe da costa e de corpos fluviais sensíveis.
Também pedem a instalação de sistemas de monitoramento em tempo real, garantindo transparência no processo e maior fiscalização para evitar danos ao meio ambiente.
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