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ETE de Osório interfere na qualidade da água da Lagoa dos Barros, afirma especialista

No painel final do seminário “RS Sustentável – Cada Gota Conta: Reservação de Água, Irrigação e Piscicultura”, o engenheiro agrônomo José Tronchoni, do Instituto Riograndense do Arroz (IRGA), apresentou análises detalhadas sobre a viabilidade técnica da irrigação como meio para aumentar a produtividade agrícola no estado.

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O evento, promovido nesta segunda-feira (11) pela Assembleia Legislativa sob a presidência do deputado Adolfo Brito (PP), ocorreu em Santo Antônio da Patrulha.

Tronchoni destacou estudos que abrangem as capacidades hídricas das bacias do Rio Gravataí, Rio dos Sinos e Lagoa dos Barros, focando nos potenciais e limitações desses mananciais para irrigação agrícola e abastecimento humano.

Como exemplo, ele citou o Rio Gravataí, que irriga 42 propriedades em Santo Antônio da Patrulha (36% da área cultivada), 13 em Glorinha (11%), 22 em Viamão (39%), 11 em Gravataí (6,3%) e quatro em Porto Alegre (6,3% da área cultivada).

Apesar dos desafios, como a proximidade com áreas urbanas e conflitos com o abastecimento público, Tronchoni elogiou a alta produtividade agrícola, auxiliada por sistemas avançados de irrigação e drenagem que utilizam baixo volume de água.

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A Bacia dos Sinos também foi analisada, com destaque para o uso agrícola de arroios e rios que irrigam aproximadamente 1,1 milhão de hectares de lavouras de arroz. Segundo Tronchoni, a Corsan capta 50 mil litros de água por segundo para atender 60% da demanda de municípios como Caraá, Rolante, Taquara, Sapiranga e Campo Bom.

Ele observou que, mesmo após mais de uma década, a área de cultivo permanece praticamente a mesma, garantindo que o uso agrícola não compromete o abastecimento à população.

No caso da Lagoa dos Barros, no Litoral Médio, Tronchoni observou que, embora o manancial ofereça volume suficiente para a agricultura, sua qualidade é inadequada para abastecimento humano devido à interferência da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) de Osório.

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Para o agrônomo, a região possui ampla disponibilidade de água (1.700 mm anuais) suficiente para atender a demanda agrícola durante o verão, quando as chuvas são escassas.

Ele defende a construção de barragens no Rio Gravataí, destacando estudos que propõem pequenos barramentos ao longo do rio. Em sua visão, “a irrigação não pode ser vista como uma vilã na Bacia dos Sinos”.

Encerramento do Seminário

Ao encerrar o seminário, o presidente da Assembleia Legislativa, Adolfo Brito, enfatizou a necessidade de criar uma legislação que atenda às demandas dos produtores locais. Brito agradeceu a presença das autoridades e da comunidade e anunciou que o próximo encontro será em 29 de novembro, em Canguçu, no Sul do Estado.

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