Plano macabro no Litoral: casal sequestrado, torturado e morto para esconder crime de 1999
Plano de assassinato para ocultar condenação foi o motivo que levou à morte brutal de Antonio Celestino Lummertz, 59 anos, e Lonia Gabe, 67, em fevereiro de 2014.
O desfecho do caso ocorreu na noite desta sexta-feira (13), com a condenação de quatro réus pelos crimes de sequestro, tortura, cárcere privado e homicídio qualificado.
O julgamento foi realizado no Fórum de Taquara, após dois dias de intensa audiência.
Motivação do Crime
De acordo com o Ministério Público, a principal ré, que foi condenada a 97 anos e 4 meses de prisão, planejou as mortes para tentar reverter uma condenação anterior.
Em 1999, ela foi acusada de um homicídio qualificado na cidade de Torres, e Antonio Celestino era uma testemunha-chave no caso.
Para tentar invalidar sua condenação, ela forçou Celestino, sob sequestro e tortura, a escrever uma carta e gravar um vídeo nos quais assumia a autoria do crime e inocentava a ré.
Celestino foi ainda coagido a reconhecer firma em um tabelionato na cidade de Osório, confirmando, sob pressão, que o documento foi produzido por livre e espontânea vontade.
Execução do Plano e Assassinato
Em 2 de fevereiro de 2014, seis pessoas invadiram a residência do casal na zona rural de Vale do Sol, no Vale do Rio Pardo.
Antonio e Lonia foram sequestrados e levados à força para Rolante, no Vale do Paranhana, onde ficaram mantidos em cativeiro até a madrugada de 8 de fevereiro.
O laudo da perícia revelou que:
- Lonia Gabe foi estrangulada enquanto dormia.
- Antonio Celestino, que estava sem sua perna mecânica, foi atacado enquanto tentava ir ao banheiro durante a madrugada e morto por esganadura mecânica.
Queima dos Corpos e Descarte
Após o homicídio, os corpos foram colocados em uma carcaça de geladeira no pátio da casa onde ocorreram os crimes.
Eles foram incinerados por cerca de 14 horas e posteriormente descartados à beira de uma estrada rural entre Rolante e Santo Antônio da Patrulha.
Para despistar as investigações da Polícia Civil, os envolvidos disseminaram notícias falsas, sugerindo que Antonio Celestino teria matado a esposa e fugido para o estado do Mato Grosso.
Condenações e Penas
O julgamento terminou com a condenação de quatro réus:
- Mentora do plano – 97 anos e 4 meses de reclusão.
- Companheiro da acusada – 66 anos, 1 mês e 25 dias.
- Outro réu – 3 anos e 4 meses pelo crime de sequestro e cárcere privado.
- Quarto envolvido – Pena prescrita devido ao tempo transcorrido.
Outros dois acusados foram absolvidos de todas as acusações.
Detalhes do Julgamento
O júri iniciou na manhã de quinta-feira (12) com a oitiva de quatro testemunhas e os depoimentos dos seis réus.
A sessão foi retomada às 8h30 de sexta-feira (13), com os debates entre defesa e acusação, réplicas, tréplica e, por fim, a leitura da sentença.
Conclusão: Caso Brutal de Motivação para Ocultar Condenação
O plano de assassinato para ocultar condenação evidencia a brutalidade e a premeditação dos réus. O caso, que se arrastou por uma década, foi finalmente concluído com a condenação dos responsáveis, trazendo justiça para as vítimas Antonio Celestino e Lonia Gabe.
O julgamento reforça a importância do trabalho conjunto entre o Ministério Público, Polícia Civil e Justiça, que desvendou os detalhes macabros e a motivação cruel por trás do crime.
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