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Governadora cria grupo de trabalho para promover expansão do plantio da cana-de-açúcar no RS

Com o propósito de garantir condições ao plantio e à expansão da produção da cana-de-açúcar no Rio Grande do Sul, a governadora Yeda Crusius determinou a criação de um grupo de trabalho para formular política de incentivos fiscais ao desenvolvimento do setor, numa parceria entre o Estado e municípios. Reunião de trabalho para tratar do assunto foi coordenada pela governadora, nesta segunda-feira (22), no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, com a participação de secretários estaduais, do deputado federal Luis Carlos Heinze (PP) e cerca de 100 prefeitos.

Ao todo, 212 municípios gaúchos foram incluídos no zoneamento agroclimático para a cana-de-açúcar, do Ministério da Agricultura. “Depois de quatro anos de trabalho contínuo para que o Rio Grande do Sul conquistasse o zoneamento, daremos início à segunda etapa, que é viabilizar uma grande transformação para o nosso Estado”, disse a governadora, ressalvando que os incentivos planejados terão de se dar de maneira que o equilíbrio financeiro estadual seja preservado.

De acordo com o secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, Marcio Biolchi, o RS terá um aumento de consumo de etanol de mais de 50% nos próximos três anos. “O governo do Estado tem condições de criar uma política para que este volume, que ultrapassa a casa dos 500 milhões de litros/ano, seja produzido e industrializado no Rio Grande do Sul, diminuindo o índice de importação do etanol,  hoje de 99%”, afirmou Biolchi.

O Estado cultiva 35 mil hectares de cana-de-açúcar, mas, dessa área, apenas 2,5 mil hectares são dedicados à produção do etanol – geram entre 6 a 8 milhões de litros/ano. Trata-se de um volume inferior a 1% da demanda do Estado, conforme dados da Emater/RS. Em 2008, o RS consumiu 800 milhões de litros de etanol. Conforme Biolchi, a partir do primeiro trimestre de 2011, a operação comercial da planta industrial de Eteno Verde da Braskem, no Pólo Petroquímico de Triunfo, exigirá mais 600 milhões de litros/ano. “Com o estabelecimento de um plano de incentivos, o Estado terá condições técnicas de atingir esse volume dentro de cinco anos”, prevê o secretário.

Conforme explicou o deputado Luis Carlos Heinze, que teve forte atuação no reconhecimento do potencial de municípios para o cultivo da cana, a primeira grande unidade de produção de etanol e de bioeletricidade está instalada em São Luiz Gonzaga. A Norobios vai investir R$ 268 milhões para produzir 16 mil hectares de cana em uma usina onde serão processados 104 milhões de litros de álcool por ano. Outras dez ou 12 poderão se instalar no Estado. “A autorização para o cultivo estimulará novos investimentos na criação de pequenas e microusinas e destilarias”, diz Heinze.

No município de Dezesseis de Novembro, são cultivados 70 hectares de cana – que poderão gerar 1.200 litros de etanol/dia. Além disso, o bagaço e o vinhoto são utilizados para alimentação do gado leiteiro. Consumidores também serão beneficiados com a inevitável redução do custo do etanol na bomba dos postos de combustíveis.

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