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Emprego no segundo semestre será melhor, prevê Dieese

Os trabalhadores que estão em busca de uma vaga no mercado terão mais chance de conseguir um emprego agora, no segundo semestre, do que tiveram nos seis primeiros meses do ano. A previsão é dos técnicos responsáveis pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Fundação Estadual de Análise de Dados (Seade) e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Em julho último, no entanto, o início desse processo de recuperação foi tímido na maioria das seis regiões metropolitanas pesquisadas, e em duas delas o cortes de vagas, na média, ainda foi superior ao número de contratações. Em São Paulo, nos 39 municípios que compõem a região metropolitana, o nível de emprego caiu 0,4% e a taxa de desemprego atingiu a maior variação mensal dos últimos 24 anos, com 14,8% da população economicamente ativa (PEA) fora do mercado. Ou seja, uma taxa 4,2% maior do que a de junho e 5% acima do índice de julho do ano passado.

Os municípios da região metropolitana de Belo Horizonte também apresentaram retração de 0,3% no nível de contratações, mas a taxa de desemprego ficou estável. “Se não fosse o resultado ruim e atípico que constatamos em São Paulo, certamente teríamos no conjunto uma redução da taxa de desemprego”, afirmou o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio.

No conjunto das seis regiões (São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre e Distrito Federal), a taxa de desemprego ficou estável em julho, atingindo 15% ante 14,8%, em junho, com crescimento de 2,7% sobre igual mês de 2008.

“Chegamos ao fundo do poço no primeiro semestre, mas há sinais de que o mercado de trabalho começa a reagir positivamente, embora não seja [uma reação] linear. Num mês, às vezes melhora em um setor e fica pior em outro, mas na média o volume de postos de trabalho vem reagindo ainda que lentamente”, disse o diretor do Dieese.

De acordo com Ganz Lúcio, todas as projeções apontam para um aumento da geração de vagas em todos os setores no restante do ano, o que permitirá chegar ao final de 2009 com uma taxa de desemprego menor do que a atual. Para ele, o país tem que ter crescimento contínuo acima de 3% no Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) para absorver a população desempregada e as pessoas que entram no mercado.

Caso esse nível de crescimento econômico seja confirmado no ano que vem, “a redução da taxa de desemprego não será tão intensa quanto em 2007 e 2008”, afirmou Ganz Lúcio. Ele acredita que o dinamismo mais expressivo só deve ocorrer a partir de 2011.

O setor de serviços foi o único que reduziu em julho o número de vagas (77 mil postos), com variação positiva de 0,8%, na média das seis regiões pesquisadas. Isoladamente, a região metropolitana de São Paulo perdeu 67 mil postos. O comércio e a indústria, no entanto, aumentaram as contratações no conjunto – nos dois segmentos, o saldo foi de 45 mil ocupações.

Em São Paulo o comércio apresentou crescimento de 2,1% e a indústria manteve-se estável, o que é visto como um bom sinal pelo coordenador da pesquisa pela Seade, Alexandre Loloian. Ele disse que o resultado da PED de julho em São Paulo foi atípico, quando comparado aos últimos anos, o que reflete o movimento verificado na economia após os efeitos da crise financeira internacional.

“O comércio está contratando mais, e a indústria parou de cair [o número de postos], mas, como os serviços representam 50% dos ocupados, o resultado acabou negativo”, explicou Loloian, manifestando também expectativa de um segundo semestre melhor.

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