A Bolsa e a economia brasileira
Mas, isso tudo, aliado com o cenário internacional, acabou gerando inflação na economia brasileira, e é ai que o problema começa. É difícil lidar com a inflação. Quando ela começa a aparecer na economia, as pessoas já começam a aumentar seus preços querendo se prevenir de suas consequências. Isso, por si só, acaba gerando mais inflação. Como parar essa locomotiva?
O primeiro passo é mexer com as expectativa das pessoas. Para isso, cabe ao Banco Central se mostrar rígido na execução de seus planejamentos – até o momento as nossas autoridades têm conseguido isso. Depois, começam os aumentos nas taxas de juros e outras medidas, que aumentam o custo do dinheiro. Essa semana tivemos mais uma delas: o Orçamento do Governo para 2011 contemplou um corte de R$ 50 bilhões quando comparado ao orçamento do ano passado.
Tudo isso torna o acesso ao crédito mais caro para as pessoas. Todo mundo começa a gastar menos. Conseqüência? O comerciante não está vendendo tudo que gostaria e tende a baixar os preços.
Ainda existem alguns aspectos a serem considerados e explicados. Uma das questões que ainda estão em aberto é da onde sairão os cortes de R$ 50 bilhões. Fim dos benefícios fiscais? Remanejamento de execução de obras do PAC? Essas informações serão anunciadas nos próximos dias.
Vale notar também que o BNDES teve um papel importante na recuperação da economia ao longo dos dois últimos anos, sendo o principal concessor de crédito às empresas brasileiras. Essa postura terá que mudar, provavelmente teremos um BNDES mais seletivo nos próximos meses.
Serão várias mudanças, mas que trarão um desfecho positivo para a economia brasileira ao longo dos próximos dois anos. Esperamos uma inflação dentro da meta, uma taxa de juros prestes a começar o processo de queda e o nosso país crescendo em um ritmo mais sustentável.
Estamos passando por um momento de acomodação, depois do crescimento expressivo de 2010 e “preparando o terreno” para um crescimento mais sólido e sustentável ao longo dos próximos anos. Ou seja, o ambiente econômico mais estabilizado contribui para o melhor desenvolvimento da economia brasileira e consequentemente das empresas e da Bolsa.
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