Acordo pode pôr fim à crise política em Honduras
Pelo acordo, a decisão sobre o retorno de Zelaya seria do Congresso. O acordo ainda prevê uma consulta ao Supremo Tribunal de Justiça, medida a que os negociadores de Zelaya se opõem, pois o órgão já havia emitido opinião contrária ao retorno do líder eleito à Presidência.
“Eu autorizei meu time de negociadores a assinar um acordo que marca o começo do fim da situação política atual do país”, disse Micheletti. “Meu governo decidiu apoiar uma proposta que permite um voto no Congresso nacional, com uma prévia opinião do Supremo Tribunal de Justiça, para restaurar todo o poder Executivo de nossa nação à situação anterior ao dia 28 de junho”, acrescentou o atual presidente, referindo-se à data da deposição de Zelaya.
Micheletti disse ainda que o acordo criaria um governo de união nacional e levaria os dois lados a reconhecer as eleições presidenciais, marcadas para 29 de novembro.
A comissão de negociadores de Zelaya não afirmou se aceitará o acordo.
O governo atual insiste que a deposição de Zelaya, em 28 de junho, foi legítima porque ele desafiou a Suprema Corte de Justiça do país que havia proibido a realização de um plebiscito para decidir se a Constituição seria modificada para permitir a reeleição presidencial.
Zelaya retornou ao país em 21 de setembro, refugiando-se na embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde está até hoje.