Colunistas

Matheus, primeiro os meus

“Num tempo
Página infeliz da nossa história
Passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações”.

“Vai Passar” – de Francis Hime e Chico Buarque

Foi com significativo otimismo que o Rio Grande do Sul tomou conhecimento, nesta segunda-feira, 11 de julho, da posse do conselheiro César Miola como presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS).

Miola é Auditor de carreira desta Corte de Contas, homem eminentemente técnico. O novo presidente do TCE tem a seu favor uma credencial rara, num ambiente em que os currículos políticos invariavelmente prevalecem, quando da escolha das chefias de tribunais encarregados de vigiar contas públicas. É um auditor, tem formação e vocação para a investigação, sem nenhum compromisso com a complacência com que muitas irregularidades são tratadas no país da banalização da impunidade. Suas ideias sintonizam-se harmonicamente com o do procurador-geral do Ministério Público de Contas, Geraldo da Camino, célebre por sua lisura e aguerrido combatente à corrupção que vem necrosando pandemicamente os órgão públicos das esferas estadual e municipal no Rio Grande do Sul.

Em seu discurso de posse, César Miola enfatizou – mesmo admitindo deficiências nos órgãos de controle e a excessiva politização do TCE evidencia isso – que a tese da inevitabilidade da perversão que corrompe ocupantes de cargos públicos só serve para tentar explicar tais desvios como algo “normal” às relações políticas, sociais e administrativas. Foi taxativo ao afirmar que corrupto e corruptor são os dois lados da mesma moeda. Quem paga propina é tão fora da lei quanto quem recebe. Miola foi aplaudido de pé ao encerrar o discurso no qual elegeu o combate à corrupção como um instrumento para garantir que os recursos.

Até aí, morreu o Neves!

Não decorreram sequer 24 horas da solenidade, as “excelências” dos quatro maiores partidos com representação na Assembleia Legislativa gaúcha, em sórdido conchavo, buscam mecanismos com o maquiavélico objetivo de perpetuarem a “aposentadoria premiada”, com a indicação de deputados dessas quatro siglas partidárias como conselheiros do TCE.
Somente ficará faltando o Galvão Bueno para narrar o nosso Apocalipse: – Acaboooooooooooooooooou, Arnaldo Cesar! A regra é clara! Acabooooooooooooou!

Dos políticos (haverá alguma exceção?), em causa própria e com o talento da prestidigitação que lhes é inerente, não se pode duvidar de mais nada!

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