Médicos “Estrangeiros”
Parece que as entidades que representam as classes médicas, no país, já estão se mobilizando para manifestarem suas opiniões contrárias à medida. Escrevo este comentário, dirigido aos meus sete leitores (eram oito, mas perdi um), não para defender o Governo até porque sou da corrente que sempre é contra os governos, mas para dar testemunho de que, neste caso, o governo está certo.
E, para justiçar a minha posição recorro à velha lei do mercado que diz que quando um produto está em falta para atender a demanda, temos que ir ao mercado e buscar este produto, pagando por ele o preço que for exigido.
É sabido que, no país, embora se formem, todos os anos, milhares de médicos nós temos falta de médicos.
Faltam médicos nos hospitais públicos, faltam médicos nos velhos Postos de Saúde, faltam médicos nas pequenas cidades do interior deste imenso país e faltam médicos, principalmente, nos locais de difícil acesso onde a população carente morre porque não tem quem opere uma apendicite aguda, para citar uma das comuns causas de morte entre a faixa de pessoas que está catalogada como abaixo da linha da miséria.
Então existe uma grande demanda por profissionais médicos e existem poucos médicos para atender esta demanda. Diante disto não existe outra saída a não ser a de procurar médicos.
Os municípios do interior na busca de solucionar este problema pagam verdadeiras fortunas mensais para médicos que queiram neles, estabelecer consultórios para atender a população.
Buscam estes médicos entre os recém formados ou já com residência concluída e, segundo me parece, não os encontram em numero suficiente para atender a demanda.
A validação dos diplomas de brasileiros que se formaram em Universidades Médicas Estrangeiras ou de Estrangeiros formados nas suas pátrias e que queiram, por interesse financeiro ou por ideal, clinicar em nosso País me parece que é a saída. Ela se for aprovada e se os Conselhos de Medicina do Brasil derem o aval, permitirá que a parte miserável da população brasileira espalhada pelos pequenos e miseráveis municípios do território pátrio tenha acesso a tratamento e acompanhamento médico.
De igual sorte permitirá que, sem dramas de consciências pessoais ou coletivos, os nossos jovens e brilhantes médicos formados nas universidades públicas ou privadas, continuem a cursar suas residências e especialidades que lhes qualifiquem a atender a elite nacional, nas capitais e nas grandes cidades, deixando o serviço difícil, distante, sem recursos,para aqueles que receberam, como um prêmio o reconhecimento de seus cursos. Com certeza, estes, aceitarão de bom grado e como uma oportunidade, prestarem serviços aonde eles sejam necessários podendo, assim, cumprirem o juramento que fizeram ao receberem seus diplomas…