Dia 13 de Maio de 2012
Por insondáveis mistérios a mãe é o ser encarregado, pela natureza, de conduzir a gestação do ser humano e, ao dar-lhe a luz, credenciá-lo para a trajetória da vida e para o exercício da liberdade. E nenhum sofrimento é mais doloroso e mais intenso para uma mãe do que ver o fruto de seu ventre ser privado da ação e da liberdade.
Imaginemos, por um momento só, se é possível imaginar, o que choraram, o que sofreram, o que padeceram as mães dos homens e das mulheres que eram escravos no Brasil. O exercício de imaginação torna-se mais difícil quando constamos que este sofrimento, angústia e dor se perpetuaram por quase quatrocentos anos em nossa Pátria.
Quando pensamos isto é inevitável que, como seres humanos, não vivenciemos o que sofreram estas mulheres que se escondem nas nuvens do tempo e do passado de nossa história.
A coincidência serve, neste dia 13, para levar-nos a um estágio de felicidade e de euforia pois comemoramos o Dia da Mães no mesmo dia em que comemoramos em todos os cantos do país a concessão da liberdade para os homens e mulheres cujos corpos mantínhamos sob ferros e de cujas consciências suprimimos as mais elementares possibilidades de expressão de vontade própria.
Salve, então, o dia das Mães e Salve, então, o dia da Libertação do Escravos no Brasil, rogando ao Céus para que jamais existam mais tristes e infelizes, principalmente porque jamais haverão, novamente, escravos em nossa Pátria.