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Festa para um Rei Negro

O ano, 1971. Vivíamos sob o manto atroz do regime da ditadura militar. Toda e qualquer manifestação artístico-cultural sofria a intervenção do Departamento de Censura e Diversões Públicas. E com o Carnaval não seria diferente
Rio de Janeiro. Madrugada de segunda-feira de Carnaval. O palco era outro, Avenida Presidente Vargas. Eis que, de repente, irrompe na Avenida aquela que viria a ser a Campeã do Grupo Especial daquele ano: a Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro. O samba-enredo até hoje é lembrado pelos brasileiros.

Nos anais da nossa história/Vamos encontrar/Personagem de outrora/Que iremos recordar./Sua vida, sua glória,/Seu passado imortal/Que beleza/A nobreza do tempo colonial./Ô-lê-lê, ô-lá-lá,/Pega no ganzê,/Pega no ganzá.

Primogênito de oito filhos, nasce em Paracatu, estado de Minas Gerais. Seu pai era pedreiro e sua mãe, dona de casa. Quando estes se separam, passa a ser arrimo de família. Realizou os estudos primários na sua cidade natal e aos 16 anos foi sozinho para Brasília, arranjando emprego na gráfica do Correio Brasiliense. Sempre estudando em colégio público, termina o segundo grau na capital federal. Obteve seu bacharelado em Direito na Universidade de Brasília, onde, em seguida, conquista seu mestrado em Direito do Estado. Presta concurso público para procurador da república, e uma vez aprovado, atua no Rio de Janeiro.

Hoje tema festa na aldeia,/Quem quiser pode chegar,/Tem reisado a noite inteira/E fogueira pra queimar./Nosso rei veio de longe/Pra poder nos visitar,/Que beleza/A nobreza que visita o gongá.

É Professor licenciado da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde ensinou as disciplinas de Direito Constitucional e Direito Administrativo. Foi Visiting Scholar entre 1999 e 2000 no Human Rights Institute da Columbia University School of Law, New York, e na University of California – Los Angeles School of Law entre 2002 e 2003. Fez estudos complementares de idiomas estrangeiros no Brasil, Inglaterra, Estados Unidos, Áustria e na Alemanha, sendo fluente em francês, inglês, alemão e espanhol. Toca piano e violino desde os 16 anos de idade.

Senhora dona-de-casa,/Traz seu filho pra cantar/Para o rei que vem de longe/Pra poder nos visitar./Essa noite ninguém chora,/E ninguém pode chorar/Que beleza/A nobreza que visita o gongá.

Ricardo Lewandowski, Carmen Lúcia, Dias Tóffoli, Roberto Barroso, Rosa Weber, Teori Zavascki, José Genoíno, José Dirceu, Delúbio Soares, Marcos Valério, João Paulo Cunha, Henrique Pizzolato, Simone Vasconcelos, Kátia Rabello, Valdemar Costa Neto, Roberto Jefferson, Renan Calheiros, José Sarney e a arraia miúda, não menos voraz daqui a dez anos ninguém tampouco a História lembrarão que foram e o que fizeram.

Lula da Silva e Dilma Roussef, ao contrário, e o tempo dirá, jamais serão esquecidos como os dois governantes que  conseguiram levarà falência e ao descrédito internacional uma Nação que tinha tudo para ser o País do Futuro.

O mineiro, filho de pedreiro, arrimo de família de oito irmãos, advogado e professor, o Rei Negro, Joaquim Benedito Barbosa Gomes, Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal, não obstante a traição de alguns de seus pares, já inscreveu seu nome na História como o homem que soube honrar a toga, o sagrado manto da Justiça, que aguerridamente soube vestir.

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