Igrejas Dessacralizadas
“A dessacralização designa o processo pelo qual amplos setores da sociedade e da cultura se subtraíram à autoridade das instituições e dos símbolos religiosos com consequentes reflexos nas mentalidades e consciências”. (Peter Berger)
Quando governantes se locupletam com o erário;
Unem-se com ex-adversários figadais em nome da “governabilidade”;
Assinam contratos suspeitos – ou nem tanto – e aceitam aditivos que multiplicam os lucros das empreiteiras (e deles também);
Na política internacional, tendenciosamente, só veem um lado da profligação;
Perdoam dívidas sem consultar o Congresso;
Entopem as repartições, secretarias, ministérios e o que mais for com “companheiros de luta”;
Enriquecem com “consultorias” e “conferências”…
Quando eclesiásticos se parecem mais com políticos que difusores da fé;
Praticam a pedofilia e, como punição, mudam de paróquia;
Dilapidam e não sei mais o que fazem com o dinheiro dos óbolos que deveriam ser sagrados…
Quando juízes acusados de apropriação indébita são aposentados com proventos integrais;
Interpretam as leis a seu bel-prazer e chamam isso de “justiça alternativa”;
Libertam facínoras – inclusive os vândalos – porque prisioneiros têm pressa (Luís Roberto Barroso do STF)…
Meliantes comandam do interior dos presídios suas quadrilhas;
são beneficiados com progressão de regime;
Não têm seus bens retidos para ressarcir os danos…
Cidadãos, seguindo o “bom exemplo”, lixam-se para as leis e as infringem quando podem e pensam escapar impunes;
Impera a “Lei de Gerson”…
NÃO ADMIRA AS IGREJAS TEREM QUALQUER DESTINO QUE NÃO SEJA A ORAÇÃO E A ESPIRITUALIDADE.
Quando o Cardeal Jorge Mario Bertoglio foi ungido Papa e adotou o nome Francisco, o protetor dos pobres e dos animais, iniciou uma luta sem quartel contra os descaminhos da pedofilia, da utilização do Banco do Vaticano para fins menos ortodoxos, erigiu pontes para outras religiões pregando o ecumenismo na prática e não apenas na palavra, vislumbrou-se uma luz no fim do túnel. Radiosa e sinalizadora. Passará para a História como o primeiro que teve a audácia de enfrentar tabus centenários.
Quando a presidente Dilma, no discurso que proferiu logo após ser proclamado o resultado do pleito disse:
-“Terei um compromisso rigoroso com o combate à corrupção, fortalecendo as instituições de controle e propondo mudanças na legislação atual para acabar com a impunidade que é a protetora da corrupção. Ao longo da campanha anunciei medidas que vão ser muito importantes para que a sociedade brasileira e o pais como um todoenfrentema corrupção e acabem com a impunidade”.
Se, como o fez o Sumo Pontífice, não hesitar em assestar as baterias mesmo que atinjam correligionários, também sairá merecedora da nossa admiração e gratidão.