Anac mantém multa a pilotos do jatinho que provovou o acidente
As multas foram mantidas após julgamento em segunda instância do processo administrativo que corre na agência reguladora contra os envolvidos no acidente.
A Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907 ficou frustrada com a decisão e acena com a possibilidade de entrar com novos recursos. A associação queria a cassação do brevê (licença para pilotar aviões) dos dois pilotos e esperava que eles fossem proibidos de voar no Brasil. “Para economizar combustível, voaram em uma área para a qual não tinham autorização. Imagine se resolvem fazer isso de novo?”, indagou a diretora da entidade Rosane Gutajhr, que perdeu o marido no acidente. A Anac informou que não é competente para regular o uso do espaço aéreo brasileiro, uma atribuição da Aeronáutica.
A agência informou que vai enviar à Administração Federal de Aeroportos do Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês), órgão que regulamenta a aviação naquele país, o processo envolvendo os pilotos e a empresa norte-americana no Brasil. De acordo com Rosane Gutajhr, as famílias das vítimas vão manter a pressão para que os pilotos sejam punidos também nos Estados Unidos. “Por muito menos, a FAA cassou brevê de pilotos. O Brasil já os condenou. Queremos que o mesmo seja feito lá”, disse ela.
O acidente ocorreu em setembro de 2006, quando o Boeing da companhia aérea brasileira Gol, que ia de Manaus para Brasília e Rio de Janeiro, se chocou com o jato Legacy sobre uma área de floresta densa na Região Norte. Todos os 154 passageiros e tripulantes do Boeing morreram. O jato executivo da ExcelAire, com pequenas avarias, conseguiu fazer um pouso de emergência na Base Aérea da Serra do Cachimbo, no Pará.