FMI alerta que emergentes não estão imunes aos impactos da crise
“A falta de equilíbrio prejudica a todos, pois o nosso mundo está interconectado, qualquer pensamento de dissociação é uma miragem”, disse Christine, em entrevista coletiva, em Washington. “Se as economias avançadas sucumbirem à recessão, os mercados emergentes não vão escapar. Ninguém vai. O reequilíbrio é do interesse global, mas também é de interesse nacional.”
Segundo ela, os países emergentes avançam economicamente, porém ainda apresentam fragilidades. “Os países de baixa renda têm experimentado um crescimento razoável, mas permanecem altamente vulneráveis às perturbações econômicas a partir de outras partes do mundo”, disse.
A diretora-gerente do FMI elogiou o pacote econômico lançado pelo governo norte-americano, que tenta alavancar a economia do país e estimular a geração de empregos. “À luz da crise do emprego nos Estados Unidos, eu os parabenizo pelas recentes propostas do presidente Barack Obama para lidar com o crescimento [econômico] e o emprego”, disse.
Ao se referir aos líderes europeus, em especial aos que estão na Itália, na Grécia e na Espanha, que sofrem com a crise interna econômica, Christine recomendou rigor na adoção de medidas. “Na Europa, os governos devem tratar com firmeza seus problemas por meio de medidas sólidas e credíveis”, disse.
Ela pediu que a comunidade internacional se una na tentativa de ajudar os países da região denominada Chifre da África, que sofre com a seca e a fome, principalmente a Somália e o Quênia. “Há uma catástrofe devastadora. Esses países precisam da ajuda da comunidade internacional com urgência”, disse.
A diretora-gerente do FMI lembrou ainda dos conflitos que atingem o Oriente Médio e o Norte da África e que levarão a uma “transformação histórica”. Segundo ela, as pessoas buscam uma vida melhor e um trabalho decente. Ela ressaltou que o FMI reconheceu a legitimidade do Conselho Nacional de Transição da Líbia, comandado pela oposição, como capaz de conduzir o governo provisório no país.