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Campanha da vacinação no RS alcança melhores resultados em 15 anos

A vacinação contra a gripe no Rio Grande do Sul registrou os melhores resultados desde a primeira campanha contra a doença no final da década de 1990. Dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) apontam que mais de 2,5 milhões de pessoas foram vacinadas em pouco mais de dois meses no Estado, representando 95% de cobertura. Em 2012, o número atingiu mais de 1,9 milhões, ou 89% de cobertura. Este ano, o RS recebeu do Ministério da Saúde 3.185.020 doses, totalizando R$ 27.677.823,80 em investimentos.

Além disso, 397 municípios ultrapassaram a meta de vacinar 80% dos grupos de risco – todos os 497 municípios do Estado receberam doses. A aplicação segue disponível nos postos de saúde até o final dos estoques. A coordenadora da divisão de vigilância epidemiológica da Secretaria de Saúde (SES), Marilina Bercini, comemorou os resultados históricos obtidos em pouco mais de dois meses de campanha. “Fizemos uma grande mobilização para sensibilizar a população. A procura massiva nos ajudou a alcançar uma cobertura nunca antes atingida. A melhor em menor tempo”, afirmou.

Na avaliação da médica, os números são melhores porque a campanha terminou antes do início do inverno, quando a população pode chegar protegida à estação, que é o período em que mais ocorrem casos de doenças respiratórias. “Ano passado, levamos mais de três meses para atingirmos 80%. Agora, ao fim de dois meses, alcançamos 95%. É uma grande diferença”, avaliou.

O secretário estadual da Saúde, Ciro Simoni, credita o sucesso do trabalho a uma preparação forte e qualificada desde o ano passado. “Iniciamos este processo pedindo ao Ministério que antecipasse a vacinação e ampliasse o número de doses, e fazendo uma campanha massiva na mídia”. Ele acrescentou que mostrar permanentemente a importância da vacinação alavancou os dados. “No momento em que conseguimos imunizar um número significativo, temos uma redução certa da proliferação do vírus. Certamente teremos resultados positivos no inverno”, estimou.

A aposentada Noêmia Martins Fontoura, 79 anos, que trabalha como cuidadora de uma idosa, participa há quatro anos da campanha. Ela precisa estar bem fisicamente e saudável para trabalhar todos os dias, das 17h às 8h. “Para mim sempre deu certo, a vacina é maravilhosa, nunca mais deixei de fazê-la. Me sinto muito mais protegida, tenho certeza que de gripe eu não morro”, exclamou, aos risos.

Bem-humorada, a idosa contou que antes da primeira imunização, se gripava com frequência, sofrendo de tosses fortes e dificuldade para respirar. “Depois, nunca mais tive problemas sérios. No máximo, uma coriza, uma gripezinha fraca. Estou muito satisfeita”. Noêmia também elogiou o bom atendimento no Centro de Saúde Santa Marta, no bairro Centro. “Sempre fui muito bem recebida pelas moças que trabalham no local, desde a primeira vez. Por isso, continuo indo lá”.

A vacina, recomendada a todas as faixas etárias a partir dos seis meses, protege pelo período de até 12 meses. Com maior eficácia, três semanas após a aplicação. Ela promove a imunização contra três tipos de vírus influenza: influenza A H1N1, influenza A H3N2 e influenza B. A escolha das cepas leva em consideração os vírus com maior circulação nos últimos meses.

Vacina gratuita para todos
O fato da vacina não ser distribuída gratuitamente a toda a população é uma dúvida frequente de muitos cidadãos. As doses são distribuídas somente a grupos de risco pré-determinados, como idosos, crianças e gestantes. O secretário da Saúde argumentou que essa definição não é feita pelo Estado, mas a partir de um acordo feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o Ministério da Saúde. “Nosso papel é fazer com que a operação aconteça. É uma visão epidemiológica da cobertura nacional escolher determinados indivíduos para proteger”, explicou.

A coordenadora Marilina compreende que o valor da vacina (a dose é adquirida R$ 8,69 cada) obriga as autoridades a escolher os grupos mais vulneráveis. “Existe uma perspectiva de ampliação. A cada ano, mais pessoas poderão ser contempladas. Quem sabe um dia até poderemos vacinar a todos sem ônus”, desejou.

Principais cuidados
A vacina é uma das armas existentes para combater a gripe, mas não é a única. A Secretaria de Saúde informa que todas as medidas preventivas são importantes para impedir as epidemias. Conheça os demais cuidados:

– Ventilar bem os ambientes para os vírus não se concentrarem. As pessoas tendem a se fechar em ambientes coletivos por causa do frio;
– Evitar aglomerações na medida do possível;
– Proteger o vizinho das secreções quando tossir (a chamada Etiqueta da tosse), utilizando lenços descartáveis ou a manga do casaco;
– Afastamento de doentes. Se a pessoa está gripada, deve ficar afastada durante uma semana para evitar a transmissão;
– Lavar bem as mãos após espirrar, ir no banheiro ou tocar maçanetas;
– Medicamento (Tamiflu). Antiviral disponível em todos os municípios que pode ser adquirido por meio de uma prescrição.

Grupos de risco
– Crianças pequenas e adultos de 60 anos ou mais são as faixas das pontas da campanha. Possuem imunidade menor por questão da idade;
– Gestantes ou mulheres que ganharam bebês até 45 dias atrás;
– Profissionais de saúde, que estão mais expostos e precisam estar vacinados para continuar trabalhando;
– Indígenas;
– Portadores de doenças crônicas (como diabetes, renal crônica, obesidade, imunodeficiência, doença hepática crônica).

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