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Polícia Metropolitana de Londres defende detenção de Miranda

A Polícia Metropolitana de Londres defendeu a legalidade da detenção do brasileiro David Miranda, de 28 anos, por quase nove horas no Aeroporto de Heathrow, no último domingo (18). Miranda é companheiro do jornalista do diário inglês The Guardian, Glenn Greenwald, que divulgou informações sobre o esquema de espionagem do governo norte-americano. Ele disse ter sido interrogado por seis agentes sobre “toda a sua vida”.

A Polícia Metropolitana de Londres defendeu o uso da legislação antiterrorista no caso da retenção do brasileiro, alegando que foi um procedimento “revisto de cima abaixo para assegurar que o interrogatório era necessário e proporcional”.

“A nossa avaliação é que a aplicação do poder [previsto na legislação] nesse caso foi válida legalmente e em nível de procedimento”, indicou a polícia. “Ao contrário do publicado, foi oferecida representação legal enquanto era interrogado e veio um advogado”. Porém, Miranda disse que foi negado o direito de se comunicar nas nove horas em que ficou sob poder dos policiais.

O governo britânico disse, na segunda-feira (19), que cabe à polícia decidir quando é “necessário e proporcional” aplicar a legislação antiterrorista. Pela lei, o suspeito pode ser detido e interrogado por vários agentes em aeroportos, portos e zonas fronteiriças do Reino Unido.

Miranda foi libertado nove horas depois da detenção, tempo máximo em que alguém pode ficar retido sem acusação. Os agentes confiscaram diversos equipamentos que ele transportava como o telefone móvel, computador portátil, a máquina fotográfica e os cartões de memória.

No Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, condenou a detenção, definindo-a como “injustificável”, e cobrou explicações do governo britânico. Durante o período em que Miranda foi retido, diplomatas brasileiros e funcionários do jornal The Guardian negociaram a libertação dele.

Glenn Greenwald classificou a detenção de “profundo ataque à liberdade de imprensa” e considerou que a ação representa uma tentativa de intimidação sobre as informações, divulgadas por eles, envolvendo a  Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) e um complexo esquema de monitoramento de dados de cidadãos de vários países.

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