Traficante preso custa 80 vezes menos que solto
O deputado federal Osmar Terra classifica os argumentos de argumentos de superficiais por ignorarem questões cruciais do enfrentamento às drogas:
– A epidemia do crack obedece a mesma lógica da epidemia viral. Quanto mais vírus circulando no ambiente, mais gente ficará doente. Com as drogas, quanto mais gente trafica, mais droga circula, e isto causa mais doentes crônicos da dependência química.
O parlamentar lembra que o tráfico de drogas é feito basicamente por pequenos traficantes, dependentes ou não de drogas, responsáveis por mais de 90% do crack no Brasil. Terra faz um cálculo:
– A atuação de cada pequeno traficante atrai e abastece ao redor de 30 a 50 usuários de crack. Um pequeno traficante preso, custa aos cofres públicos ao redor de R$ 100 mil em cinco anos, período da pena a ser cumprida, e não vitimará ninguém fora da prisão. Solto, levará nos mesmos cinco anos, mais de 200 jovens à dependência química definitiva, cujo tratamento custará perto de R$ 8 milhões, só nos primeiros cinco anos. Nem falo nas recaídas. Isto apenas no tratamento pelo SUS, pago pelo contribuinte.
UMA CONTA SIMPLES
A lógica é de que até para o bolso do contribuinte e para a saúde pública é muito melhor o traficante grande ou pequeno, usuário ou não, ficar fora de circulação, e com isso evitar que jovens brasileiros adoeçam para lhes dar ganho econômico:
– A conta é simples. Um pequeno traficante preso custa 80 vezes menos para os cofres públicos, do que solto. Além disso, há a destruição da saúde dos dependentes, de suas famílias e das vidas, que a liberdade do traficante causa.
Quanto às condições das prisões Terra diz ser assunto a ser resolvido com urgência pelo governo:
– Mas não podemos justificar um erro com outro. Não podemos fazer o discurso conformista para com uma política errada, como a de não investir em presídios, para justificar outra que é a de manter livres os multiplicadores da epidemia das drogas.