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Chuvas no Sul afastam riscos de racionamento de energia no país

As condições favoráveis na Região Sul – onde vêm sendo observadas alterações acima das médias históricas nas bacias dos rios Iguaçu e Jacuí e acima das médias dos rios Paranapanema e Paraná – levam à melhora nas áreas de suprimento de energia do Sistema Elétrico Nacional e afastam ainda mais o risco de falta de energia elétrica no país – apesar das condições hidroelétricas desfavoráveis que vêm se verificando nos subsistemas Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, em razão da falta de chuva.

O relatório executivo do Programa Mensal de Operação (PMO) de julho, divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), para a semana de 19 a 25 deste mês, indica que o Subsistema Sul continuará apresentando afluências (intensidade das chuvas e, consequentemente, da capacidade de gerar energia) em valores acima de sua média histórica.

Os dados divulgados pelo ONS indicam que os reservatórios do Sul fecharam o dia de ontem (20) com 93,28% de sua capacidade, aliada à capacidade dos reservatórios do Subsistema Norte, em 89,22%.  Os dados compensam a situação desfavorável que vêm enfrentando os reservatórios do Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, que fecharam, respectivamente, com 33,75% e 34,82% de sua capacidade – com indicativo de recessão nas afluências para o restante do mês.

Mesmo com a melhora das condições do sistema elétrico, o ONS continua implementando uma política de operação energética que prioriza a preservação dos estoques armazenados nos reservatórios das usinas localizadas nas cabeceiras dos rios Grande, Paranaíba e São Francisco. Para tal, vem explorando, prioritariamente, os recursos energéticos existentes nas regiões Norte e Sul, além daqueles disponíveis na Usina Hidrelétrica de Itaipu. Esses recursos energéticos vêm sendo complementados pelo parque gerador térmico existente no Sistema Interligado Nacional (SIN) formado pelas empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da Região Norte.

A melhoria das condições do Sistema Elétrico Brasileiro já havia sido detectada na última reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, efetuada em meados deste mês, sob a coordenação do Ministério de Minas e Energia, o comitê, considerando o risco de déficit de 5%, concluiu pela existência de sobra estrutural de 5.500 magawatts médios (MW médios) para atender à carga prevista e que, portanto, “as condições de abastecimento do país estão asseguradas”.

Para o comitê, “o aumento de temperatura do Oceano Pacífico e os ventos nos baixos e altos níveis da atmosfera, observados nesse período, indicam o estabelecimento do fenômeno El Niño, de intensidade moderada, implicando a continuidade das precipitações da Região Sul com valores normais ou superiores à média histórica”.

A estimativa leva em consideração critério estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Energética. Na nota divulgada após a reunião, o comitê concluiu, ainda, que “o sistema elétrico apresenta-se estruturalmente equilibrado, devido à capacidade de geração e transmissão instalada no país, que continua sendo ampliada este ano com a entrada em operação de usinas, linhas e subestações em fase de conclusão, considerando-se tanto o critério probabilístico (riscos anuais de déficit), como as análises com as séries históricas de vazões, para o atendimento da carga prevista para 2014, da ordem de 67.000 MW de energia”.

Do ponto de vista da demanda, o PMO estima que a carga prevista para o mês de julho, no Subsistema Nordeste, mantém a expectativa de crescimento de 3,5% em julho, em comparação a julho do ano passado, com base no comportamento do consumo das classes residencial e comercial.

Para o Subsistema Norte, a taxa de crescimento prevista de 6,8% reflete, ainda, o efeito da interligação ao SIN do Sistema Manaus, ocorrida a partir de 9 de julho de 2013.

Já nos subsistemas Sudeste, Centro-Oeste e Sul, as taxas de crescimento previstas  de  0,5% e 2,0%, respectivamente, refletem o desempenho recente da indústria que ainda não apresenta sinais de crescimento que impactam no aumento da carga.

O relatório do ONS, ressalta, contudo, que o comportamento da indústria tem um efeito mais acentuado na carga dos Subsistemas Sudeste e Centro-Oeste, “dada a maior predominância de segmentos industriais de elevado consumo dessa região”.

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