Ano Santo da Misericórdia – Por Dom Jaime Pedro Kohl
O Papa Francisco surpreendeu a todos anunciando o Ano Santo da Misericórdia que terá início em 8 de dezembro de 2015, festa da Imaculada Conceição e será concluído em 20 de novembro de 2016, na Solenidade de Cristo Rei do Universo.
Ele que vinha convidando-nos a “deixar-nos surpreender por Deus”, nos surpreendeu com essa bela iniciativa, que sem dúvida deverá desencadear um processo de conversão pessoaleestrutural.
Tudo indica queessa conversação começa pelo coração, ou seja,a partir de dentro. O Jubileu será um tempo de graça, um tempo favorável à renovação.
O anuncio foi feito numa celebração penitencial na Basílica de São Pedro, onde o próprio papa se fez penitente e em seguida foi ao confessionário atender confissões e administrar o perdão sacramental. Isto diz a perspectiva que deseja dar a este ano: reconciliação com Deus e com o próximo.
Alguns textos da Bula ajudam a perceber o pensamento e a atitude o papa:
“Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras a sua síntese. Tal misericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré”.
“Precisamos sempre contemplar o mistério da misericórdia. É fonte de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa salvação”.
“Há momentos em que somos chamados a fixar o olhar na misericórdia, para tornar-nos sinal eficaz do agir do Pai. Foi por isso que proclamei um Jubileu Extraordinário da Misericórdia como tempo favorável para a Igreja, a fim de se tornar mais forte e eficaz o testemunho dos crentes”.
“Abrirei a Porta Santa no cinquentenário da conclusão do Concílio Ecumênico Vaticano II. A Igreja sente a necessidade de manter vivo aquele acontecimento e a responsabilidade de ser no mundo, o sinal vivo do amor do Pai”.
Há pouco celebramos a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, esse coração transbordante do amor trinitário, infinito e incomensurável. Coração aberto pela lança, do qual saiu sangue e água…
Hoje, Jesus nos convida: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei, porque sou manso e humilde de coração”!
Se aceitarmos o seu convite e entrarmos em seu Coração, em sua intimidade, faremos uma profunda experiência de sua bondade e misericórdia.
Ninguém nos ama como Jesus: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”.
Estas belas verdades me fazem lembrar aquela jaculatória antiga: “Doce Coração de Jesus, fazei que vos ame cada vez mais”!
Que assim seja.
Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório – domjaimep@terra.com.br