A fé manifestada nas Festas Juninas – Por Dom Jaime Pedro Kohl
Junho é marcado pelas tradicionais Festas Juninas que já fazem parte da cultura do povo brasileiro. Em algumas regiões de forma mais intensa e em outras menos, mas todas as celebram animada e folcloricamente.
Quantas escolas, grupos, associações, clubes, empresas fazem algo para reunir os seus para um momento de lazer saudável e de confraternização. É uma ocasião de descontração e fortalecimento da amizade entre pessoas.
Apresentam algumas características comuns: cânticos e danças, acompanhados de comes e bebes: quentão, amendoim, pipoca, batata doce, pamonha, etc.
Sua origem está na comemoração de santos muito populares. Começa com Santo Antônio, no Brasil lembrado como casamenteiro, mas que na verdade foi um grande evangelizador, anunciando o amor e a justiça, denunciando a incredulidade dos hereges de seu tempo.
Prossegue com São João Batista, que saltou de alegria desde o ventre materno com a chegada do Salvador ainda no seio de sua mãe, trazendo esperança para os humildes e pequeninos.
Termina com São Pedro e São Paulo, mártires que deram a vida por Cristo. Dada a sua importância e significado para a história do cristianismo são celebrados conjuntamente.
O que estes cristãos do passado têm em comum conosco e o que nos ensinam? De que modo influenciam nossa cultura?
Seu exemplo de vida, o testemunho de fé, a abnegação na caridade e a fidelidade ao plano de Deus são características comuns a todos.
Os Santos são pessoas que encarnam o Evangelho; alguém que encurta a distância entre Deus e o homem; nos aproximam de Deus; são intercessores seguros. Aos poucos deram origem à piedade popular.
Piedade esta definida em Aparecida como “rica e profunda religiosidade popular, na qual aparece a alma dos povos latino americanos”; como “precioso tesouro da Igreja Católica na América Latina; uma maneira legítima de viver a fé; um modo de se sentir parte da Igreja e uma forma de ser missionários; parte de uma originalidade histórica cultural dos pobres deste continente e fruto de uma síntese entre as culturas e a fé”.
Se a vida destes santos é lugar privilegiado de encontro com Jesus, quem poderá negar que a fé manifestada nas Festas Juninas de nossas comunidades não seja autêntica?
Nesse tempo de desânimo por tanta coisa ruim acontecendo em nosso país e no mundo, que a alegria e a esperança juninas contagiem nossas famílias e comunidades, aquecendo nesses dias frios nossos corações. Santos e santas de Deus intercedei a Deus por nós!
Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório – domjaimep@terra.com.br