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Alemão Caio vai a júri popular por crime em Torres

Três anos após ser suspeito de protagonizar um crime violento que repercutiu no Estado, o ex-empresário Carlos Flores Chaves Barcellos, o Alemão Caio, 57 anos, será levado em breve ao banco dos réus pela Justiça de Torres. A data do julgamento ainda não foi definida.

Ele é acusado de matar a facadas José Augusto Bezerra de Medeiros Neto, o “Zeca Bezerra”, namorado da sua ex-esposa, em maio de 2011, em Torres.

Preso em flagrante, Alemão Caio segue recolhido a uma cela da Penitenciária Modulada de Osório desde a data do crime. A ação emperrou por conta de um exame para avaliar se o réu tem sanidade mental.

MP

De acordo com o Ministério Público, autor da denúncia, o crime contra Zeca Bezerra foi cometido por motivo torpe, com utilização de meio cruel mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Na mesma ocasião, Alemão Caio também tentou matar a ex-companheira, que foi atingida a facadas em uma das pernas. Segundo o MP, o réu ainda tentou atirar na mulher, mas a arma falhou. A vítima conseguiu fugir e se trancou no quarto, com o filho de 10 anos (na época), até a chegada da polícia, que prendeu o denunciado em flagrante. Para o Ministério Público, ambos os crimes foram premeditados, com a intenção de matar o casal.

Pronúcia

Na sentença de pronúncia (decisão que define se o réu será julgado pelo Júri), a Juíza de Direito Liniane Maria Mog da Silva, da Vara Criminal da Comarca de Torres, considerou que há motivos suficientes de autoria do crime. Nesse cenário, não há como acolher, por ora, o pedido defensivo de afastamento das qualificadoras, uma vez que não são manifestamente improcedentes, cabendo ao Conselho de Sentença a decisão a respeito da ocorrência ou não de tais circunstâncias, afirmou a Julgadora.

Na decisão, a magistrada frisou que não se está afirmando que o acusado praticou tais fatos, apenas que há elementos que tornam possível dita autoria, cabendo aos jurados escolherem qual das versões adotar e dar o seu veredicto, no exercício de sua competência constitucional para julgar os delitos dolosos contra a vida e conexos.

Inquérito da Polícia Civil

A Polícia Civil de Torres/RS concluiu, no dia 27.05.2011, o inquérito policial referente ao homicídio de José Augusto Bezerra de Medeiros Neto, o Zeca Bezerra, fato ocorrido em Torres/RS, na manhã de segunda-feira 23.05.2011, episódio amplamente divulgado pela imprensa em níveis estadual e nacional.

Na ocasião da conduta criminosa, também foi ferida Ivanise Chaves Barcellos, namorada de Zeca Bezerra.

O ex-empresário Carlos Flores Chaves Barcellos, conhecido como Alemão Caio, ex-marido de Ivanise, foi indiciado duas vezes por homicídio qualificado, uma vez na forma consumada e outra na forma tentada, bem como no delito de porte ilegal de arma.

Uma vez que Alemão Caio estava à espreita, atrás de uma parede, no pátio da residência de Ivanise, aguardando-a abrir a porta para adentrar na residência e levar a efeito os seus desígnios letais, o delegado Roger Spode Brutti indiciou-o duplamente no art. 121,§2°, IV (homicídio por emboscada), na forma consumada em relação à vítima fatal Zeca Bezerra, e na forma tentada em relação à vítima sobrevivente Ivanise.

O delegado também indiciou o autor por porte ilegal de arma, porquanto Alemão Caio foi flagrado portanto uma pistola calibre 32 na ocasião dos fatos, isso sem a devida permissão legal.

Também foi representado, na oportunidade do relatório da autoridade policial, pela manutenção preventiva da prisão do autor até seu final julgamento pelo Tribunal do Júri, porquanto, uma vez que restou uma vítima sobrevivente, o delegado entendeu temerária a concessão de liberdade provisória ao autor da conduta ilícita.

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