Barreira Psicológica?
Mas vamos com calma, apesar de achar que de fato nossa bolsa e nossa economia represente uma das melhores oportunidades para que o dinheiro seja remunerado como deve, também entendo que alguns investidores estejam acanhados em função de um ambiente externo que inspira cuidados e de certas reminisciências. Mas que reminisciências?
É uma certa barreira psicológica que ronda a casa dos 70 mil pontos do Ibovespa. Na verdade, a zona dos 70 aos 74 mil é algo semelhante aquele porre homérico que nos leva a deixar de saborear certas bebidas, por melhores que sejam, porque em algum momento da vida elas nos fizeram mal. Pois é o Ibovespa chegou a casa dos 74 mil lá em maio de 2008, quando nem se falava da crise e, então veio a crise; depois no início desse ano em janeiro flertamos novamente com os 70 mil e o resultado foi que cerca de um mês depois estávamos nos 63 mil; novamente em abril, chegamos nos 72 mi e o resultado foi parecido, pouco mais de um mês depois estávamos nos 58 mil.
Esta semana encerramos com uma leve valorização, sendo que na terça chegamos a atingir os 71 mil. Isso quer dizer que a partir de agora vai cair? Em minha humilde opinião não vejo motivo! Entretanto, assim como nas outras vezes neste ano, eventualmente algum fator externo pode nos afetar e, aí sim, haveriam motivos para crer numa queda. Fora isso a festa esta pronta, basta que os convidados não fiquem acanhados e deixem de lado suas frustrações passadas e suas barreiras psicológicas.
Nesta semana ficamos na sombra do principal indicador que só veio a ser divulgado na sexta-feira, os dados de emprego nos EUA. Assim como já indicavam os dados preliminares, não tivemos nenhuma surpresa positiva. O mercado de trabalho americano continua a dar sinais claros de fraqueza e com isso nossa bolsa acabou perdendo o ritmo das últimas altas. Mas tudo tem dois lados, se por um lado a economia americana continua devagar, de outro crescem as expectativas de novos anúncios de ajuda do governo a economia. Se isso de fato ocorrer, poderíamos ver nossa bolsa fluir mais tranquilamente. Seria como um alento para os investidores.
Por outro lado, segue como tema dominante nas mesas de operações a queda do dólar. Caso esse estimulo ocorra veremos também, mais desvalorização desta combalida moeda. Então aqui vai um conselho, àqueles que tem dólares, busquem outras reservas de valor. Por que não a bolsa?
Enfim nosso ambiente macro vai muito bem obrigado, os ingredientes estão postos, basta que os convidados esqueçam o passado e a vida lá fora e se deem conta que aqui de fato existem motivos para vermos valorização nos ativos, pois nossas empresas vão muito bem obrigado.