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Basta – Jayme José de Oliveira

Basta - Jayme José de Oliveira
Jayme José de Oliveira

Parece não se vislumbrar o fim dos descalabros causados por decisões baseadas no “toma-lá-dá-cá e no ”quero-o-meu”. Quem assume as rédeas faz de tudo para conseguir objetivos, inclusive dinheiro. E quem acha que o dinheiro pode tudo também é capaz de tudo pelo dinheiro. Getúlio Vargas sabia: “Metade dos meus homens do governo não é capaz de nada; a outra metade é capaz de tudo”.

Mudam os figurantes, o script não!

Legal ou ilegal? A diferença pode ser muito tênue, às vezes mais fácil verificar a eticidade dum procedimento. Após lerem o que a capa da revista VEJA (24/05/2017) estampou, julguem atos praticados por políticos brasileiros no decorrer das últimas décadas que dificilmente darão aso a uma condenação nos tribunais. Quase todos, porém, dificilmente passarão pelo crivo da eticidade. Quando pegos com a “boca na botija” ouviremos sempre a mesma lenga-lenga:

– Não existem provas.

– Todo o mundo faz.

– Impossível vencer uma concorrência sem “escorregar algum” por fora.

Esse “algum” que iniciou com R$ 200 mil na PEC da reeleição, extrapolou para milhões e depois bilhões em propinas “Abre-te Sésamo”. Sem dúvida, quantias agregadas aos contratos ou em aditamentos posteriores. Passo a passo nos habituamos. Não só os corruptores-corruptos, também nós acabamos como adictos de drogas, sufocando a consciência e chega ao ponto em que ela hiberna definitivamente.

ESTÁ FRANQUEADA A PORTEIRA!

Vamos à capa da VEJA:

“O país precisa de alguma grandeza. Grandeza dos homens públicos que ocupam os postos centrais do poder. Grandeza para que, nesta hora grave da vida nacional, sejam minimamente capazes de pôr os interesses do Brasil acima dos interesses pessoais, de modo que o país possa seguir em frente, cumprir a caminhada rumo à modernidade, libertar-se da mediocridade econômica e – enfim – dar ao povo brasileiro a oportunidade de construir uma vida justa e digna. Os milhões de brasileiros honestos não merecem ser punidos pela desfaçatez e pela ganância dos poderosos”. (Capa da revista “VEJA”, 24/05/2017)

Passemos ao “que todo o mundo faz” e que ”não deixa provas”, porém acostuma um povo ao ponto de não mais protestar. Não mais bater panelas nem ocupar ruas em ruidosos protestos:

Em 28/01/1997 a Câmara aprova a emenda constitucional da reeleição que beneficiou FHC e depois os demais. O dispositivo passa a permitir que prefeitos, governadores e presidente disputem um segundo mandato consecutivo.

Em 13/05/1997 a Folha de São Paulo publica reportagem da compra de votos para aprovação da emenda da reeleição. Manchete no alto da primeira página, em duas linhas: “Deputados contam que votaram pela reeleição por R$ 200 mil”.

Em 21/05/1997 dois deputados renunciam ao mandato: (Ronivon Santiago e João Maia), ambos eleitos pelo PFL – hoje DEM/Acre).

Geraldo Brindeiro, Procurador Geral da República durante o governo de FHC ficou conhecido como o “Engavetador Geral da República”. De 625 inquéritos criminais que recebeu, engavetou 242 e arquivou outros 217. Somente 60 denúncias foram aceitas.

Lula e o petróleo da Bolívia:

“Eu falo isso com orgulho, possivelmente se não fosse um governo como o nosso aqui no Brasil o Evo Morales teria tido muito mais dificuldades na Bolívia porque, aqui no Brasil, uma elite atrasada queria que eu fosse duro com a Bolívia”… adiante: … “perguntaste como eu me comportaria se nacionalizássemos a Petrobras na Bolívia” e eu disse: “… “olha, o gás é de vocês, o petróleo é de vocês e, portanto, vocês façam o que quiserem”. (Lula)

Estima-se que o Brasil perdeu 5 bilhões de reais com essa situação. Esse dinheiro, por exemplo, seria o suficiente para construir 200 hospitais públicos.

“Cuba perto do Brasil é muito pobre. O que Cuba tem mais que o Brasil? O POVO DE CUBA TEM MAIS DIGNIDADE”. (Lula no Foro de São Paulo, 27/06/2013)

A Câmara dos Deputados e o Senado Federal tem orçamento previsto de R$ 10,2 bilhões para 2017. Isso quer dizer que o trabalho dos parlamentares brasileiros custará o equivalente a R$ 28 milhões por dia.

Cabe ressaltar que os valores levantados pela ONG Contas Abertas ainda não contam com as emendas parlamentares, que são incluídas na tramitação do Projeto de Lei Orçamentária Anual no próprio Congresso. Dessa forma, os valores podem chegar ao final de tramitação, ainda maiores.

Em 2017, um dos operadores financeiros que atuavam junto a Aldemir Bendine, ex-presidente do BANCO DO BRASIL e da PETROBRAS, confirmou que recebeu a quantia de R$ 3 milhões da empreiteira, mas tentou atribuir o pagamento a uma suposta consultoria que teria prestado à Odebrecht para facilitar o financiamento junto ao BANCO DO BRASIL. Entretanto, a investigação revelou que a empresa utilizada pelo operador financeiro era de fachada.

“Quem não votar a favor do presidente Temer estará fora da base do governo. O deputado tem que decidir se é governo ou não é governo. Se acredita no novo Brasil ou não acredita”, disse o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS) ao afirmar que não há espaço para dúvidas. “Estamos numa guerra ideológica e numa guerra de política econômica. Uma fracassada e outra que está recuperando o país, quem está vacilando tem que decidir logo de que lado vai ficar”, alertou Perondi.

Perseverante defensor do presidente Michel Temer (PMDB), o deputado federal Wladimir Costa (SD-PA) anunciou uma medida bastante definitiva para manifestar a sua admiração pelo atual governante do país: uma tatuagem no ombro, com o nome “Temer” e a bandeira do Brasil. Ele jura que a marca não é de henna, mas para valer.

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, discursou na tarde de domingo (16/07/2017), na abertura do 23º encontro do Foro de São Paulo, que neste ano está sendo realizado em Manágua, na Nicarágua. Diante de lideranças da esquerda latino-americana, Gleisi denunciou “a perseguição promovida contra o ex-presidente Lula”. Gleisi Hoffmann viajou a Nicarágua neste domingo, acompanhada de outros dirigentes do PT, entre eles a secretária de Relações Internacionais, Monica Valente, a secretária de Mulheres, Laisy Moriere, o vice-presidente do PT, Luiz Dulci, além de Kjeld Jakobsen, Artur Henrique e Selma Rocha.

O PT manifestou apoio à Constituinte de Maduro. No último encontro do Foro de São Paulo, realizado em julho, na Nicarágua, a presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), disse que torcia por “uma consolidação cada vez maior da revolução bolivariana”.

Nem todos os políticos de esquerda concordam com seus dirigentes, Jean Wyllys (PSOL) assim se manifestou:

“Não há justificativa para que a esquerda se cale diante dessa desumanidade. E estou falando, inclusive, do meu próprio partido, o PSOL, que muitas vezes (com a minha oposição pública, porque eu não me calei) apoiou Maduro. Qualquer nota oficial do PSOL defendendo Maduro não me representa (nunca me representou e eu já esclareci isso muitas vezes ao longo dos últimos anos) e a repudio absolutamente. O partido deve fazer uma autocrítica clara, profunda e sincera”, publicou Wyllys.

“Quero dizer a todos vocês que eu me sinto muito feliz de estar aqui na tenda da revolução cubana aos 50 anos da revolução cubana, que foi um acontecimento histórico da América Latina, que teve uma influência profunda em minha geração. Então, considero este momento muito especial”. (Dilma Rousseff)

Antípoda dessas atitudes e declarações o Papa Francisco, qual Davi enfrentando o gigante Golias, têm pregado contra o que se vê. Desde autoridades eclesiásticas pedófilas (cortando na própria carne) às ignominiosas facetas abertamente escancaradas.

SÃO DO PONTÍFICE AS PALAVRAS DA IMAGEM ANEXA.

Basta - Jayme José de Oliveira

Jayme José de Oliveiracdjaymejo@gmail.com

Cirurgião-dentista aposentado

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