Bento XVI deixa o Vaticano e segue para residência de verão
Em maio, provavelmente, Bento XVI voltará ao Vaticano, quando a reforma da residência a ele destinada – o Mosteiro Mater Ecclesia – estiver concluída.
Sinos de Roma e da Basílica de São Pedro soaram no momento da decolagem do helicóptero que levou Bento XVI a Castel Gandolfo. Antes de partir, o papa emérito, como passará a ser chamado após a renúncia, prometeu “obediência e reverência” a seu sucessor.
O líder da Igreja Católica teve seus momentos finais de pontificado transmitidos ao vivo para todo o mundo. De acordo com o Centro de TV do Vaticano, 26 câmeras foram disponibilizadas para registrar as horas finais do pontificado de Bento XVI.
O último ato público do papa será uma saudação à população a partir da varanda central da residência de verão.
Assim que a resignação de Bento XVI for efetivada, inicia-se o período de sé vacante (sem papa), compreendido entre a morte ou renúncia e a eleição do novo papa.
Ontem (27) ele participou pela última vez da tradicional audiência geral das quartas-feiras e disse que suas “forças tinham diminuído” nos últimos meses. Bento XVI ressaltou que um papa nunca “está sozinho” e agradeceu a cada um que o apoiou. O papa pediu ainda que sejam feitas orações para seu sucessor e para os cardeais que participarão do conclave que escolherá o próximo pontífice. Também ontem ele circulou no papamóvel, acenou para os fiéis, beijou crianças e enviou mensagem justificando a renúncia.
O papa Bento XVI, de 85 anos, anunciou em 11 de fevereiro que deixaria o pontificado hoje (28), alegando idade avançada. Na ocasião, ele disse ter consciência da gravidade de seu ato. A renúncia é a primeira de um papa na era moderna. A data do conclave ainda não foi confirmada, mas, segundo o Vaticano, os cardeais devem se reunir a partir de segunda-feira (4) para definir o processo de sucessão.
O alemão Joseph Ratzinger assumiu o comando da Igreja Católica em 19 de abril de 2005, após a morte de João Paulo II, que esteve no pontificado por 31 anos. Aos 78 anos, Ratzinger foi um dos cardeais mais idosos a ser eleito papa.