BNDES rebate acusação de protecionismo contra o Brasil
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, refutou hoje (19) acusação do Banco Mundial (Bird) de que os países do G20, incluindo o Brasil, adotaram medidas protecionistas após a última reunião, realizada em novembro passado, em Washington. O G20 reúne países industrializados e emergentes em um fórum informal que promove debate aberto e construtivo sobre assuntos-chave relacionados à estabilidade econômica global.
“O Brasil tem se notabilizado pela aprovação da Rodada Doha [da Organização Mundial do Comércio-OMC]. Tem se empenhado muito para a promoção do comércio, a remoção dos picos tarifários, dos incentivos e dos protecionismos descabidos. Então, eu acho que a gente está absolutamente tranqüilo com relação a isso”, afirmou Coutinho.
A acusação do Bird foi feita em relatório divulgado em Washington, no último dia 17. O documento exibia uma citação do presidente da entidade, Roberto Zoellick, segundo o qual “o isolamento econômico pode levar a uma sequência negativa de acontecimentos, como ocorreu nos anos 30, quando a situação piorou ainda mais”.
Coutinho disse que o protecionismo, neste momento, é um retrocesso que pode levar ao agravamento da crise financeira, em todo o mundo. “Nós temos que manter o comércio internacional como uma das formas de expansão, de criação de riqueza e de desenvolvimento das economias, criando mais oportunidades para as economias em desenvolvimento”, afirmou.
O presidente do BNDES considera importante que na próxima reunião do G20, programada para abril, haja reforço das instituições multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional, para lidar com os problemas de liquidez, e as agências de fomento como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
“É preciso que elas recebam capitalização adicional e, transitoriamente, garantias, para que possam manter um firme esforço de desembolso nos próximos anos, em que o setor bancário privado está contraindo o crédito no mundo inteiro para as economias menos desenvolvidas, principalmente as economias mais pobres”. Segundo Coutinho, esta é a posição que o governo brasileiro vem defendendo em todos os fóruns dos quais participa.