Brasil prepara resposta à OEA sobre denúncias em presídio
O Itamaraty examina a possibilidade de pedir ampliação do prazo para o envio dos dados – assim como ocorreu, em junho, quando recebeu documento da OEA questionando a construção de Belo Monte. Oficialmente o Brasil tem até o dia 23 de agosto para encaminhar as informações sobre a situação carcerária em Pernambuco.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos requisitou não só informações, mas também fez uma série de recomendações ao Brasil. No entanto, de acordo com diplomatas, o órgão pode apenas aconselhar, ou seja, não tem o poder de exigir ou cobrar o cumprimento das sugestões. De acordo com as organizações de defesa dos direitos humanos, o Presídio Aníbal Bruno é uma das maiores casas de detenção da América Latina, com cerca de 4,8 mil presos em um espaço que comporta 1,4 mil.
A OEA recomenda ao governo brasileiro a adoção de medidas para aumentar o número de agentes de segurança no Presídio Aníbal Bruno – que é controlado pelos chamados chaveiros (presos que fazem o trabalho dos agentes penitenciários).
A organização recomenda ainda que as autoridades prestem assistência médica adequada aos detentos e cuidado redobrado para evitar a transmissão de doenças contagiosas dentro do Presídio Aníbal Bruno.
Em junho, a OEA recebeu as denúncias encaminhadas pelas organizações de defesa dos direitos humanos Pastoral Carcerária, Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões, Justiça Global e Clínica Internacional de Direitos Humanos da Faculdade de Direito de Harvard.