Caminhoneiro de Osório chega ao destino após 3 semanas “preso” pela neve na Cordilheira dos Andes
Após três semanas “preso” em meio à neve e ao frio extremo na Cordilheira dos Andes, o caminhoneiro osoriense Rogério Ferri finalmente conseguiu chegar ao seu destino no Chile.
A saga de Ferri, que enfrentou condições climáticas adversas, mortes de colegas e dificuldades para se manter, teve um final feliz com sua chegada em solo chileno nesta segunda-feira (01).
Superando a nevasca e a saudade de casa
Ferri, que transportava motores elétricos, conseguiu descarregar sua carga e hoje (02) iniciou o seu retorno ao Brasil.
A previsão é que ele esteja de volta em Osório em cerca de duas semanas.
“Como voltarei carregado com vinho, pode demorar um pouco para desenrolar os papéis na alfândega, espero em duas semanas estar em casa, revendo a família e amigos”, afirma Ferri, visivelmente emocionado.
Da inundação à nevasca: a saga de um caminhoneiro persistente
Em maio, Ferri já havia enfrentado outro desafio: as enxentes devastadoras no Rio Grande do Sul.
Agora, em junho, ele se viu preso por três semanas em meio à neve na Cordilheira dos Andes, aguardando a liberação das estradas para seguir viagem até Santiago.
Solidariedade em meio à adversidade
Assim como durante as enchentes, Ferri contou com a ajuda de voluntários para se manter durante as semanas em que esteve imobilizado.
A comunidade local doou alimentos, água e outros itens essenciais para os caminhoneiros que se encontravam na mesma situação.
Luto e sofrimento: o alto preço da espera
Infelizmente, a história dessa saga também tem um lado trágico.
Um colega brasileiro de Santa Catarina, Fernando Guccioni Sousa Vieira, faleceu após contrair pneumonia durante o período de espera.
Outro motorista chileno também não resistiu e faleceu de parada cardíaca.
Além disso, muitos outros caminhoneiros apresentaram sintomas gripais devido às baixas temperaturas e à falta de condições adequadas de higiene.
Condições precárias e desafios do frio extremo
Os caminhoneiros enfrentaram dificuldades extremas para realizar a higiene pessoal, pagando cerca de R$ 20 por um banho morno.
Banhos gratuitos também eram oferecidos, mas a água era extremamente gelada, o que tornava essa a única opção para muitos devido às dificuldades financeiras.
As baixas temperaturas também afetaram o carregamento de celulares, que se tornava muito lento.
Mais de 2.000 caminhões retidos e protocolos de emergência
Oficialmente, mais de 2.000 caminhões aguardavam na província para seguir em direção ao Chile, conforme o protocolo de emergência para interrupções no trânsito binacional.
Em Uspallata, exames de saúde foram realizados nos motoristas, com cerca de 300 atendidos sendo transferidos para o hospital de Luis Chrabalowski para exames adicionais.
A saga de Rogério Ferri é um exemplo de persistência, força e superação em meio a situações extremas.
Sua história serve como um lembrete dos desafios que os caminhoneiros enfrentam todos os dias pela estrada, e da importância da solidariedade e do apoio mútuo em momentos difíceis.
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